NAS ASAS DO IRMÃO TEMPO...

(Falando de Iniciação e Universalismo) - Por Wagner Borges - Enquanto vôo de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde irei participar de um Seminário na Sociedade Espírita Ramatis, fecho os olhos e solto a mente nas asas do Irmão Tempo... Na tela mental interna do chacra frontal – sede da clarividência e da intuição -, surgem imagens do antigo Oriente. Vejo diversos grupos de iniciados espirituais estudando e trabalhando sob os auspícios do Alto. Nas terras quentes do Egito de outrora, lugar de mistérios e alegorias iniciáticas, observo o trabalho firme dos hierofantes no trato com as verdades do espírito. Brilhava ali o processo da alquimia interior, onde o homem ignorante de sua própria natureza, velho e enferrujado de egoísmo, era transformado, no cadinho da experiência, em um Ser dourado de amor, verdadeiro homem de ouro, renovado, renascido e feliz. Ali morria o neófito – e seu medo do invisível – e renascia o discípulo, consciente e servidor da Luz Maior. Brilhavam ali os ensinamentos estelares do mestre Thot, emissário celeste entre os homens.
Ali os discípulos voavam para fora de seus corpos físicos, para estudar e aprender no duplo extrafísico dos templos, sob a guarda luminosa dos mestres. Sim, foi ali que muitas sementes espirituais foram plantadas nos corações valorosos dos iniciados nas artes do espírito. As energias do Alto fluíram sobre suas frontes e cingiram suas consciências na Luz. Nos ventos do Irmão Tempo, a visão continua... Vejo agora a velha Índia, terra do Ganges e das profundas realizações espirituais. No ar, as suaves vibrações dos sábios realizados na paz do espírito. Nos templos, nas cavernas, nas florestas, e mesmo em alguns lugares de suas cidades, iogues e iniciados nas artes espirituais respiravam o prana e ativavam seus chacras. Seus corações pulsavam em ressonância com as pulsações do coração do Supremo Amor. Eles sabiam que o Todo estava em tudo! Em silêncio, eles meditavam e oravam, e viajavam espiritualmente pelos reinos da consciência cósmica. Ali brilhavam os ensinamentos de Rama e Krishna. Sim, foi ali que muitos discípulos despertaram consciencialmente e se encantaram com o Eterno que permeia tudo. O Supremo tocou seus corações, e nada mais foi como antes. Em seus olhos surgiu o brilho das estrelas e a certeza da imortalidade do espírito. Então, eles proclamaram: “Brahman está em tudo. Tudo é Ele! Tudo é Ele! Tudo é Ele!” Levado pelo Irmão Tempo, continuo observando... Vejo imagens da velha China, berço dos sábios taoístas. Ali também estavam grupos de iniciados aprendendo as artes da manipulação do Chi, a força vital, e agradecendo a natureza. No ar, as lindas vibrações dos sábios Lao-Tzé, Chuang-Tzú, Lie-Tzú, Lie-Tao, e tantos outros mestres realizados no Tao. Em seus corações, a alegria de existir simplesmente. Ali brilhava a sabedoria perene de Fo-Hi e do Imperador Amarelo. Sim, foi ali que muitos discípulos foram tocados pelo Tao e vislumbraram outros horizontes além da Terra. Serenos e alegres, eles proclamaram: “O poder não está no homem, vem do Tao. A sabedoria está em reconhecer isso e fluir pela existência com a jóia do discernimento no coração.” Tranqüilamente, o Irmão Tempo me devolve ao presente, pois o avião acaba de pousar no aeroporto Santos Dumont. Abro os olhos e vejo às luzes do século 21. E penso: “Provavelmente irei encontrar, no Seminário Ramatis, muitos desses iniciados de outrora, encarnados e desencarnados, carregando, dentro de seus corações, a síntese das iniciações espirituais e trabalhando e estudando sob a mesma inspiração que um dia os despertou. Eles parecem brasileiros, mas são cidadãos do universo. Suas provas não são mais nos templos antigos do Oriente, nem nas cavernas do Himalaia, ou mesmo sob as sombras das pirâmides milenares. Não, eles agora são testados nas lides do mundo moderno, o templo vivo da manifestação. Mas eles carregam a espiritualidade em seus corações e ainda escutam o chamado secreto do Alto. Sim, eles ainda sonham com um mundo melhor e confiam nos ideais superiores que norteiam seus estudos e práticas espirituais. Eles sabem que são consciências imortais e trazem em si mesmos um tesouro de luz. Mesmo em meio ao materialismo vigente, o caos urbano e a violência desenfreada, eles persistem na espiritualidade, pois sabem que ela é sua grande riqueza. Sim, eu irei encontrá-los, daqui a pouco, como homens e mulheres do século 21, carregando, em seus corações, a atmosfera sutil dos iniciados de todos os tempos e linhas. Sim, as antigas luzes do Oriente espiritual ainda brilham nos tempos modernos do Ocidente, dentro dos estudantes espiritualistas que persistem nos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Sim, os ensinamentos de Thot, Rama, Krishna, Buda, Lao-Tzé e Kwan-Yin vivem neles, junto com os ensinamentos de Jesus e Allan Kardec, no mesmo grande coração. Esse coração dos iniciados de todos os tempos e linhas, hoje reunidos na casa do mestre Ramatis. Sim, eu irei encontrá-los, daqui a pouco. Parte deles está no Astral do ambiente; a outra parte, reencarnada, igual a mim. Todos eles são alquimistas do espírito. Todos eles são da Luz!” P.S.: Ramatis e queridos amigos espirituais da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, muito obrigado pela chance de participar de mais uma jornada espiritualista na Terra. Paz e Luz. Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2007.

* Sob forte emoção, li esses escritos para os 450 participantes do VI Seminário Ramatis, realizado no auditório da SER - Sociedade Espírita Ramatis – www.ramatis.org.br -, no Rio de Janeiro. Nem precisa dizer que muitos dos presentes sentiram grande ressonância com as idéias expostas nessas linhas e também foram tomados de grande emoção e enlevo espiritual. * Esses escritos se correlacionam o texto “A Viagem dos Iniciados” – postado pelo site do IPPB como texto 450, no ano de 2003. O mesmo pode ser acessado no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=2496. * Fraternidade da Cruz e do Triângulo – grande grupo de mentores espirituais que opera no Astral do Brasil, sempre de forma universalista. É coordenado pelo sábio mentor Ramatis. Esse grupo é co-irmão do grupo dos Iniciados. * Chacras – do sânscrito – são os centros de força situados no corpo energético; rodas de luz; vórtices energéticos. * Chacra Frontal – centro energético situado na testa, bem no meio da glabela. Está ligado à glândula hipófise e têm estreita relação com os fenômenos de clarividência. * Hierofantes – dentro das tradições herméticas de outrora, eram os mestres que testavam os neófitos – calouros – nos processos iniciáticos. * Prana – do sânscrito – sopro vital; força vital; energia. * Thot – ou Toth – era o emissário celeste e escrivão dos deuses na antiga cosmologia egípcia; séculos depois, os gregos o personificaram na figura mítica de Hermes Trismegistro. * Chi - do chinês - força vital, energia. Dentro dos ensinamentos taoístas, a força vital é polarizada na natureza das coisas em dois aspectos fenomênicos: o Yin e o Yang, as alternâncias do Chi, as polaridades da energia. * Tao - do chinês - "O Caminho"; "a essência de tudo"; "O Todo". Na verdade, o TAO não pode ser descrito ou explicado por palavras humanas. Por isso, deixo a cargo do sábio Lao-Tzé uma explicação mais apropriada: "Há algo natural e perfeito, existente antes de Céu e Terra. Imóvel e insondável, permanece só e sem modificação. Está em toda parte e nunca se esgota. Pode-se considerá-lo a Mãe de tudo. Não conhecendo seu nome, chamo-o TAO. Obrigado a dar-lhe um nome, o chamaria Transcendente." - Lao Tzé - in "Tao Te Ching" – China; Século VI a.C.

Imprimir Email