774 - VIAJANDO NO VENTO EXTRAFÍSICO DA SABEDORIA CELTA II

(Nas Brumas Espirituais com os Sábios Mentores Celtas)

No final da tarde, enquanto a chuva cai torrencialmente na capital paulista, eu olho para o céu plúmbeo da cidade.
Quietinho, admiro a ação dos elementos limpando e renovando a atmosfera.
Então, o meu coração me chama e diz que quer viajar nas asas da inspiração.
Obedeço naturalmente; fecho os olhos da carne e abro o olho espiritual no centro da testa*. Viajo para outro nível de consciência, no centro de mim mesmo.
Nas brumas do tempo, eu vejo o menino celta que fui outrora...
Melhor: eu me lembro de estar sentado na campina baixa, olhando para o céu e esperando as brumas me envolverem.
No meio do nevoeiro, os guias espirituais** celtas me passavam ensinamentos e mensagens para o povo. Eles me tratavam como um irmão caçula e, com carinho, me diziam mentalmente: “Vive com valor, menino. Ama, canta, escreve, sorri e segue...”
Iniciado nas artes espirituais, eu olhava para eles como irmãos mais experientes na senda. Com o tempo, eu seria como eles.
Contente, eu escrevia as mensagens deles em forma de poemas e canções e corria para compartilhá-las com o meu povo.
Quando a noite caía, sob a luz das fogueiras, nós cantávamos e dançávamos saudando a Presença*** que está em tudo, e agradecíamos aos espíritos das brumas que tanto nos ensinavam sobre os valores da vida e a imortalidade do espírito.
Eu me lembro, enquanto a chuva cai...
Agora, eu continuo olhando para o céu; vivendo na grande metrópole, eu vejo o céu cinzento. Lá embaixo, no asfalto, a correria e a turbulência urbanas.
A campina, as brumas e a atmosfera celta estão longe, em outro tempo...
Mas, o melhor ficou em meu coração; os ensinamentos dos mentores espirituais celtas marcaram minha alma, para sempre... Sim, o melhor ficou comigo.
E os espíritos continuam me ensinando as artes da espiritualidade e da consciência justa e valorosa.
Eles continuam dizendo: “Vive com valor, menino. Ama, canta, escreve, sorri e segue...”

- Wagner Borges – sujeito com qualidades e defeitos, espiritualista consciente - mestre de nada e discípulo de coisa alguma -, 45 anos de “encadernação”, que não segue nenhuma doutrina criada pelos homens da Terra e que escuta no vento da vida as vozes extrafísicas - que sempre orientam a falar da valorização da vida e da imortalidade da consciência.
São Paulo, 26 de abril de 2007.


Notas:

* Chacra Frontal - é o centro de força situado na área da glabela, no espaço espiritual interno da testa. Está ligado à glândula hipófise – pituitária - e tem relação direta com os diversos fenômenos de clarividência, intuição e percepções parapsíquicas. É o chacra da aprendizagem e do conhecimento.
Obs.: Os chacras - do sânscrito - são os centros de força situados no corpo energético, que têm como função principal a absorção de energia - prana, chi - do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.

** Guias Espirituais - entidades extrafísicas e positivas que ajudam as pessoas de forma invisível; mentores extrafísicos; mestres extrafísicos; companheiros espirituais; protetores astrais; auxiliares invisíveis; guardiões astrais; amparadores extrafísicos; aliados espirituais.

*** A Presença – metáfora celta para o Todo que está em tudo.

Obs.: Para enriquecer esses escritos, reproduzo na seqüência o primeiro texto – postado pelo site do IPPB em dezembro de 2006 e recentemente publicado na Revista Sexto Sentido – número 83.



VIAJANDO NO VENTO EXTRAFISICO DA SABEDORIA CELTA
(Alguns Toques do Vento do Mistério Sobre a Imortalidade da Consciência)

- por Wagner Borges -

Quando sopra o vento do mistério, o coração se lembra da sabedoria antiga.
O escritor sente saudade das brumas sobre a campina e dos ensinamentos dos espíritos amigos. Tantas coisas foram vividas ali; tantas coisas foram ditas!
E, quando escuta a música celta, o seu coração viaja, e os seus olhos brilham.
Em meio à correria do mundo moderno, ele ainda sente a sabedoria celta correndo pelos seus canais energéticos e ligando-o às linhas vitais do planeta.
Ele sente a graça da vida abençoando sua jornada e saudando-o na luz.
Entre as batidas de seu coração, os espíritos continuam ensinando, pois ainda há muitas mensagens a serem passadas, e muitas coisas a serem ditas.
Ele sente o invisível pulsando, pela graça da Presença* e, gradativamente, se tornando visível nas canções, nos escritos e em outros corações sensíveis à beleza da vida.
Na cidade grande, ele olha para os prédios e o céu cinzento e nublado.
Mas ele vê algo a mais: o vento do mistério soprando o invisível por entre os prédios e os homens. E ele poderia jurar que também escuta os espíritos da natureza brincando entre as nuvens e saudando a vida.
Ele olha para os prédios, mas pensa nas montanhas sagradas de outrora. Parte dele se lembra do ar rarefeito e gelado das alturas; e também se lembra do calor das palavras ensinadas pelos mestres espirituais aos iniciados celtas, que valorosamente descerravam os véus da ilusão do ego.
Eles enfrentavam a si mesmos na grande batalha interior, a verdadeira iniciação; aquela, em que morria o ser velho e enferrujado de medo e ignorância, para, logo em seguida, renascer como ser dourado, na luz do conhecimento espiritual aliado ao amor do coração, que saúda a beleza da vida e inspira as canções que tocam a alma.
Ele vê a chuva fininha caindo na grande metrópole, e pensa nas pessoas que choram a passagem de seus entes queridos para o lado extrafísico da vida; em silêncio, ele faz uma prece por elas, enquanto se lembra dos ensinamentos dos espíritos das brumas: “NINGUÉM MORRE!”
Ele não sabe como, mas sente que, agora mesmo, em outros planos da vida, muitas consciências extrafísicas estão soprando suas vozes espirituais no vento do mistério e dizendo: “Escreva por nós. Fale que também sentimos saudades de quem ficou na Terra. A morte da consciência é uma ilusão. O amor não tem fronteiras. A sensação de distância desaparece quando o amor pela vida aumenta. No lugar da tristeza, que surjam novas canções; que novas danças aconteçam em volta das fogueiras festivas; que as pessoas brinquem como crianças, saudando a vida e agradecendo as bênçãos dadas pela Presença.
A melhor forma de honrar os que partiram, é fazer da vida uma linda canção de amor e luz. É viver cada dia como um presente, praticando ações sadias no seio da vida; é ser responsável e criativo, construtivo e generoso; e ser feliz, sabendo que, de outros planos da vida infinita, os seus entes queridos saberão disso e serão felizes também.”
O escritor anota o recado e novamente olha para o céu da cidade; o véu da noite já desceu e está frio. Mas os seus olhos brilham de contentamento, pois ele é capaz de ver e ouvir o que o vento do mistério está soprando por entre os prédios e os homens.
Entre as batidas de seu coração, os espíritos continuam ensinando, pois ainda há muitas mensagens a serem passadas, e muitas coisas a serem ditas.

P.S.: Esses escritos são dedicados aos valorosos estudantes espirituais, de todas as linhas, que jamais renegam seu caminho nem desistem dos objetivos sadios, mesmo cercados por diversas dificuldades. Que a Presença continue dando-lhes força de espírito, para que eles cumpram sua jornada com sabedoria e amor.

Paz e Luz.

São Paulo, 20 de outubro de 2006.


Nota:

Logo após eu ter feito esses escritos, pensei em copiá-los para o pessoal da palestra pública de daqui a pouco no IPPB. Então, um dos amigos espirituais que me orienta no trabalho, me disse o seguinte:

“Amigo, foi ali, no alto da montanha, onde os iniciados celtas nos ensinaram tantas coisas, que nós conversamos várias vezes sobre a mediunidade, a reencarnação, as saídas do corpo e a espiritualidade.
Era um outro tempo. O ar estava limpo, e nós podíamos ver a extensa campina lá embaixo. Lembro-me de que você gostava muito de vê-la coberta pelo manto espesso de névoa. E eu lhe dizia: “aquela névoa porta mensagens, pois os espíritos das brumas estão ali.”
Com olhos de sonhador, você dizia: ‘um dia eu vou poder escutar o que eles dizem!’
O tempo passou e você, hoje, além de escutá-los com o coração, ainda ilumina outras consciências com os escritos que realiza. E, ao fazer isso, os seus olhos ganham o brilho do amanhecer.
Esse mesmo brilho dos nossos olhos de outrora, lá no alto daquela montanha.
Esse brilho dos nossos olhos de agora.
Esse brilho nos olhos de quem lê esses escritos nesse momento.
Esse brilho que inspirou você a iluminar outras consciências.
Esse brilho, nem meu, nem seu, mas do Grande Espírito, que brilha em todos nós.”

Nota:
* A Presença: metáfora celta para “O Poder Maior Que Gera a Vida”; O Todo que está em tudo!


Texto <774><04/05/2007>

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