FLEXIBILIDADE – A ARTE DE VIVER

(Aprendendo a Esfriar a Fervura das Emoções)


Na vida, as coisas são como têm de ser. Nem sempre acontece o que se quer.

Tudo é possível, dentro da relatividade das possibilidades e das percepções. O que comove um, pode irritar outro.

As coisas da vida são como o rabo de um jumento: balançam para lá e para cá...

Quem é radical na postura – filosófica, religiosa, humana ou espiritual –, dança feio nas pistas da relatividade.

Na natureza, nada é fixo; tudo vibra, tudo muda. A única coisa imutável é a lei cósmica de que tudo muda.

A flexibilidade é a grande firmeza, como ensinavam os antigos sábios taoístas. Por isso, o bambu novinho não quebra contra o vento: ele é flexível. Já o bambu velho é ressecado e duro; contra o vento, quebra facilmente.

Os antigos iniciados celtas também ensinavam algo parecido e usavam, como exemplo didático, o instinto da tarântula, quando tecia sua teia. Essa aranha – uma das mais venenosas dentre os aracnídeos –, prende as pontas de sua teia em pequenas plantas ou em ramos flexíveis. Dessa forma, quando o vento sopra contra, sua teia não se rompe, pois sua base não é rígida. A teia até balança muito, em conseqüência do movimento dos ramos onde está baseada, mas não quebra. Na flexibilidade de suas bases, está a firmeza!

Logo, quem é rígido nas coisas da vida corre o risco de quebrar feio. Como diz o ditado popular: “Nunca diga nunca!”

Não leve as coisas para o lado pessoal, nem dramatize o que acontece. Certos eventos rolam por causa da relatividade das possibilidades. Tudo é possível. Por isso, abra a mente.

Agora, faz calor; mais tarde, ventará; e depois, virá a chuva. Isso não tem nada a ver com você, é só o jeito da natureza e seus ciclos vitais. Com você presente ou não, o mundo continuará girando sem parar... Quer você ria ou chore, a natureza é do jeito dela! Então, de que adianta se agitar e reclamar porque o tempo não está como você quer?

E, dentro de você mesmo, não é assim também?

Tem hora em que você está bem quente, irritadão. Em outros momentos, frio, desinteressado. E, às vezes, chove torrencialmente em seus olhos – choro. Preste atenção: a natureza não tem nada contra você. Se toque: você não é vítima de coisa alguma.

Quando o vento vier, seja como o bambu novinho: balance, mas não caia! Quebrar, para quê?

E, quando tecer os pensamentos e intenções em sua mente, que suas bases sejam flexíveis.

Agora faz calor; mais tarde, ventará; e depois virá a chuva. Da mesma forma, agora é primavera; em breve virá o calor do verão; depois, o outono refrescará a atmosfera; e, finalmente, o frio chegará com o inverno. E tudo o que nasce, vive e cresce, fenecerá no fim do ciclo... E viverá além, em outros ciclos astrais, sempre seguindo...

A natureza é o que ela é! Quer você ria ou chore, tudo passa...

E, da próxima vez que o vento da vida vier de frente com você, qual será sua reação? Bambu velho e rígido? Ou bambu novinho e flexível? Tecedeira com bases fixas? Ou a sabedoria da tarântula nas bases flexíveis?

Se ligue: nada de tempestade em copo d’água! Dê um tempo na agitação e na sua irritabilidade. Esfrie essa fervura!

Se ligue: pode ser que haja ventania vindo por aí... ou não! Quem sabe?

Parodiando os espíritos da Companhia do Amor (1), digo a você: o mantra (2) de hoje é “OM Bambuzinho OM!”



- Wagner Borges -

São Paulo, 11 de janeiro de 2007.

1. A Cia. do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.

Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.

Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2" - Edição independente; Wagner Borges e sua coluna no site do IPPB, que é uma das seções mais visitadas: www.ippb.org.br


2. Mantra – do sânscrito – Palavra oriunda de Manas: Mente; e Tra: Controle. – Literalmente, significa "Controle da mente".

Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.

Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.

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