A FELICIDADE É UMA ALEGRIA CRÔNICA
Pingos d´água caíam do céu sobre a cinzenta cidade cheia de paulistas, onde eu vivia naquela época. Por isso, entrei rapidamente no veículo de transporte coletivo que abria suas paulistanas portas para mim, atravessando mecanicamente a eletrônica catraca do mesmo. Ali sentei-me num daqueles estofados assentos reservados para as pessoas sentarem, lastimando não ter comigo um daqueles pequenos bastões de madeira com grafite dentro e um daqueles maços de folhas de papel pautado presas com espiral, para poder registrar a alegria e a felicidade que enchiam os corações presentes.
Pois apesar da garoa e da neblina que estragavam o clima daquela triste porém radiosa cidade, não havia como negar que uma velhinha desdentada sorria à minha frente, um rapazinho apaixonado sorria para a bela e sardenta namorada, logo ao meu lado, e mais adiante um trabalhador braçal também sorria feliz, com a marmita debaixo do braço. Só eu não achava graça nenhuma, pois acabara de ver que enquanto observava a felicidade alheia, eu já havia passado uns três pontos do lugar onde pretendia descer.
- Bene -
Pois apesar da garoa e da neblina que estragavam o clima daquela triste porém radiosa cidade, não havia como negar que uma velhinha desdentada sorria à minha frente, um rapazinho apaixonado sorria para a bela e sardenta namorada, logo ao meu lado, e mais adiante um trabalhador braçal também sorria feliz, com a marmita debaixo do braço. Só eu não achava graça nenhuma, pois acabara de ver que enquanto observava a felicidade alheia, eu já havia passado uns três pontos do lugar onde pretendia descer.
- Bene -