APRENDER A RESPIRAR É TAMBÉM APRENDER A VIVER - por Patricia Evangelisti
- Por Patricia Evangelisti -
A vida moderna arrasta o homem a uma exteriorização desenfreada.
A todo momento nossos sentidos são estimulados. São cores e luzes, formas, cheiros, sabores, movimentos e imagens despertando sensações que nos levam a ações dirigidas ao consumo.
Muitas vezes respondemos a estímulos sem percebê-los. É a carruagem de Arjuna* desgovernada na vida de cada um de nós.
Assim também acontece com as crianças. Desde o seu nascimento, o apelo aos sentidos é muito grande.
Faça agora um esforço de memória para se lembrar da última vez que entrou num quarto de criança. Reflita sobre as imagens que existem ali. Qual o padrão de cores utilizado? Eles acordam os sentidos? Convidam a comprar ou a assistir TV? Ou são o tradicional rosa ou azul que distinguem sei lá o quê? E sobre os brinquedos? Eles emitem sons? Que tipo? Em qual altura? Você pode controlá-la?
Apelos como estes são usados em casa, na escola, nas ruas, nas festas, e estão por toda a parte. Em excesso, podem comprometer o desenvolvimento das crianças, pois elas são excitadas em demasia e conseqüentemente têm a tendência a serem aceleradas e tensas.
Mas como administrar estes tantos estímulos na vida de uma criança?
Segundo a Pedagogia Waldorf, os primeiros cuidados deveriam dar-se através da respiração e do acompanhamento dos pais.
Uma das coisas mais importantes a aprender na infância, até os sete anos, é aprender a respirar. Quem respira corretamente faz, além da função física, o exercício de relacionar-se com o mundo de forma equilibrada.
Ao inspirar trazemos para dentro de nós um pouco do mundo que é reelaborado e depois desprendido na expiração. Na respiração cada um de nós faz sua ligação com o externo e age sobre ele.
A aprendizagem do mundo deveria ser como a respiração, onde inspirar e expirar se alternam numa cadência ritmada; onde introversão compõe um processo de partes iguais com a extroversão; onde há hora para recolher-se e hora para deleitar-se com as sensações.
São importantes na vida da criança os momentos em que ela pode estar quietinha, concentrada num brinquedo simples. Não aquele brinquedo que brinca sozinho, mas aquele que a desafia ao ato de criar. Então ela Inspira as possibilidades da atividade que o brinquedo lhe oferece, elabora (criando) e expira (brincando).
Você já reparou que hoje em dia existe certa confusão entre o “estar feliz” e o “estar gritando, correndo, pulando”? O verdadeiro contentamento e o equilíbrio interior de uma criança se expressam de várias formas.
Cabe aos pais proporcionar à criança uma casa onde os estímulos sejam moderados e ela faça descobertas verdadeiras, sem apelos comerciais.
Se a criança já nasce usando perfuminho, quando é que ela vai conhecer seu cheiro?
Se come iogurte de morango desde o princípio de sua vida, quando é que distinguirá o gosto do morango de verdade? Se assiste à TV e vê um homem jogar uma mulher sobre a mesa e dizer-lhe “Faça amor comigo!” - e este tem que aprofundar-se no que significa a palavra Amor?
Assim o mundo a invade! E a criança é obrigada a inspirar e inspirar o mundo várias vezes, sem elaborá-lo, para depois expirá-lo (é mais ou menos como o que acontece nos casos de asma. Respiração doente, criança doente!)
Não lacre sua casa às influências externas, mas também não escancare as portas.
Selecione! Deixe que os que estão dentro de sua casa RESPIREM com saúde.
Quanto menor a criança, mais dependente, e mais ela precisa de quem a conduza na respiração adequada do mundo. Mas, à medida que cresce, mais se coloca na vida, autônoma e dona de si, se passou por um processo coerente de aprendizagem do mundo.
Se uma criança tiver a possibilidade de respirar o mundo com equilíbrio, com certeza será um jovem e adulto equilibrado.
E então, esta imagem da carruagem (de Arjuna), que compreende os sentidos e tudo aquilo que impele o homem aos atos impensados, passará primeiro pelo discernimento do adulto tranqüilo e seguro de si, que sabe a hora de se abrir ao mundo e a hora de se manter reservado, sem sofrer inconscientemente suas influências.
* * *
SUGESTÃO DE VISUALIZACÃO BIOENERGÉTICA PARA PROTECÃO PSÍQUICA DE CASAS
Visualize que existe uma chuva branco-dourada caindo sobre sua casa e que ela permeia as paredes e os espaços. A luz nas portas e janelas compõe uma rede. Tudo e todos que por ali passarem é limpo e harmonizado por esta luz. Após esta limpeza, recolha as redes com possíveis “densificações” e as entregue ao Sol, onde serão renovadas e retornarão ao seu lugar.
Gere uma rede de luz que se estende pelos limites do muro do fundo de sua casa. Essa rede será passada pela casa, e tudo o que for “formação energética mais densa” ficará presa nela. Enrole a rede e a eleve ao Sol. No caminho, essas densificações serão transformadas e se desfarão ou retornarão ao ambiente em forma de Luz.
- Nota de Wagner Borges: Patrícia Evangelisti é espiritualista e freqüentadora do IPPB.
- Nota do Texto:
* Arjuna – o arqueiro e discípulo de Krishna. Sua história é narrada no Bhagavad Gita (“A Canção do Senhor”), que é uma seção do “Mahabharata”, um dos grandes épicos do Hinduísmo, escrito pelo sábio Vyasa.
A vida moderna arrasta o homem a uma exteriorização desenfreada.
A todo momento nossos sentidos são estimulados. São cores e luzes, formas, cheiros, sabores, movimentos e imagens despertando sensações que nos levam a ações dirigidas ao consumo.
Muitas vezes respondemos a estímulos sem percebê-los. É a carruagem de Arjuna* desgovernada na vida de cada um de nós.
Assim também acontece com as crianças. Desde o seu nascimento, o apelo aos sentidos é muito grande.
Faça agora um esforço de memória para se lembrar da última vez que entrou num quarto de criança. Reflita sobre as imagens que existem ali. Qual o padrão de cores utilizado? Eles acordam os sentidos? Convidam a comprar ou a assistir TV? Ou são o tradicional rosa ou azul que distinguem sei lá o quê? E sobre os brinquedos? Eles emitem sons? Que tipo? Em qual altura? Você pode controlá-la?
Apelos como estes são usados em casa, na escola, nas ruas, nas festas, e estão por toda a parte. Em excesso, podem comprometer o desenvolvimento das crianças, pois elas são excitadas em demasia e conseqüentemente têm a tendência a serem aceleradas e tensas.
Mas como administrar estes tantos estímulos na vida de uma criança?
Segundo a Pedagogia Waldorf, os primeiros cuidados deveriam dar-se através da respiração e do acompanhamento dos pais.
Uma das coisas mais importantes a aprender na infância, até os sete anos, é aprender a respirar. Quem respira corretamente faz, além da função física, o exercício de relacionar-se com o mundo de forma equilibrada.
Ao inspirar trazemos para dentro de nós um pouco do mundo que é reelaborado e depois desprendido na expiração. Na respiração cada um de nós faz sua ligação com o externo e age sobre ele.
A aprendizagem do mundo deveria ser como a respiração, onde inspirar e expirar se alternam numa cadência ritmada; onde introversão compõe um processo de partes iguais com a extroversão; onde há hora para recolher-se e hora para deleitar-se com as sensações.
São importantes na vida da criança os momentos em que ela pode estar quietinha, concentrada num brinquedo simples. Não aquele brinquedo que brinca sozinho, mas aquele que a desafia ao ato de criar. Então ela Inspira as possibilidades da atividade que o brinquedo lhe oferece, elabora (criando) e expira (brincando).
Você já reparou que hoje em dia existe certa confusão entre o “estar feliz” e o “estar gritando, correndo, pulando”? O verdadeiro contentamento e o equilíbrio interior de uma criança se expressam de várias formas.
Cabe aos pais proporcionar à criança uma casa onde os estímulos sejam moderados e ela faça descobertas verdadeiras, sem apelos comerciais.
Se a criança já nasce usando perfuminho, quando é que ela vai conhecer seu cheiro?
Se come iogurte de morango desde o princípio de sua vida, quando é que distinguirá o gosto do morango de verdade? Se assiste à TV e vê um homem jogar uma mulher sobre a mesa e dizer-lhe “Faça amor comigo!” - e este tem que aprofundar-se no que significa a palavra Amor?
Assim o mundo a invade! E a criança é obrigada a inspirar e inspirar o mundo várias vezes, sem elaborá-lo, para depois expirá-lo (é mais ou menos como o que acontece nos casos de asma. Respiração doente, criança doente!)
Não lacre sua casa às influências externas, mas também não escancare as portas.
Selecione! Deixe que os que estão dentro de sua casa RESPIREM com saúde.
Quanto menor a criança, mais dependente, e mais ela precisa de quem a conduza na respiração adequada do mundo. Mas, à medida que cresce, mais se coloca na vida, autônoma e dona de si, se passou por um processo coerente de aprendizagem do mundo.
Se uma criança tiver a possibilidade de respirar o mundo com equilíbrio, com certeza será um jovem e adulto equilibrado.
E então, esta imagem da carruagem (de Arjuna), que compreende os sentidos e tudo aquilo que impele o homem aos atos impensados, passará primeiro pelo discernimento do adulto tranqüilo e seguro de si, que sabe a hora de se abrir ao mundo e a hora de se manter reservado, sem sofrer inconscientemente suas influências.
* * *
SUGESTÃO DE VISUALIZACÃO BIOENERGÉTICA PARA PROTECÃO PSÍQUICA DE CASAS
Visualize que existe uma chuva branco-dourada caindo sobre sua casa e que ela permeia as paredes e os espaços. A luz nas portas e janelas compõe uma rede. Tudo e todos que por ali passarem é limpo e harmonizado por esta luz. Após esta limpeza, recolha as redes com possíveis “densificações” e as entregue ao Sol, onde serão renovadas e retornarão ao seu lugar.
Gere uma rede de luz que se estende pelos limites do muro do fundo de sua casa. Essa rede será passada pela casa, e tudo o que for “formação energética mais densa” ficará presa nela. Enrole a rede e a eleve ao Sol. No caminho, essas densificações serão transformadas e se desfarão ou retornarão ao ambiente em forma de Luz.
- Nota de Wagner Borges: Patrícia Evangelisti é espiritualista e freqüentadora do IPPB.
- Nota do Texto:
* Arjuna – o arqueiro e discípulo de Krishna. Sua história é narrada no Bhagavad Gita (“A Canção do Senhor”), que é uma seção do “Mahabharata”, um dos grandes épicos do Hinduísmo, escrito pelo sábio Vyasa.