NA PARTIDA DO AVÔ, O DESPERTAR DE UM GAROTO - por Jon
- Por Jon -
Era uma vez um avô. Bem humorado, piadista, boa gente.
Uma pessoa com quem havia uma amizade incrível, afinidades mesmo.
O garoto gostava porque o "velho" entendia as suas piadas, e vice-versa.
E assim era. Boa companhia garantida em festinhas, casamentos, velórios e demais eventos diversos em família.
O garoto e o avô não perdoavam. Era piada o tempo todo.
Uma vez telefonaram. Havia um velório.
Dessa vez, ele faltou.
O garoto viu um cadáver, aproximou-se com tranqüilidade, tocou, parecia oco. E em poucos segundos, com tranqüilidade, voltou-se de costas, retirando-se.
Pensou: "Não há nada aqui. Ele não está aqui!"
Foi calmamente procurar um lugar para pensar.
Era uma certeza inabalável. Ele não estava ali. Não havia sua presença.
O garoto conhecia a pessoa. Como poderia se enganar?
Ele sabia.
Enquanto pensava, esperando o tempo passar, por acaso algumas lembranças boas e piadas surgiam como lembranças em sua mente.
Era quase impossível segurar o sorriso.
Tentava disfarçar um sorriso sereno, que, de leve, tentava brotar, afinal estava em um velório, não queria causar estranheza aos demais.
E assim, continuava "meditando".
Na época, ainda não havia sequer o conhecimento da palavra "espiritualidade". Não havia nenhuma orientação (pelo menos, não nessa vida), logo não havia nenhum condicionamento.
Era uma certeza íntima, inabalável, naquela época. Não haveria de ser diferente depois.
Não havia nenhuma lágrima. Mas os olhos brilhavam como nunca.
Todas as lembranças boas do avô surgiam em sua mente, ao mesmo tempo, como uma onda imensa de felicidade.
Que experiência "contraditória" a vida proporciona, ele pensou.
Justamente no velório de pessoa tão querida, brotar tamanha certeza, e talvez o maior sentimento de gratidão para com a Existência, que o garoto jamais havia conhecido antes.
- Nota de Wagner Borges: Jon é o pseudônimo do nosso colega Jonas, participante do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB.
Era uma vez um avô. Bem humorado, piadista, boa gente.
Uma pessoa com quem havia uma amizade incrível, afinidades mesmo.
O garoto gostava porque o "velho" entendia as suas piadas, e vice-versa.
E assim era. Boa companhia garantida em festinhas, casamentos, velórios e demais eventos diversos em família.
O garoto e o avô não perdoavam. Era piada o tempo todo.
Uma vez telefonaram. Havia um velório.
Dessa vez, ele faltou.
O garoto viu um cadáver, aproximou-se com tranqüilidade, tocou, parecia oco. E em poucos segundos, com tranqüilidade, voltou-se de costas, retirando-se.
Pensou: "Não há nada aqui. Ele não está aqui!"
Foi calmamente procurar um lugar para pensar.
Era uma certeza inabalável. Ele não estava ali. Não havia sua presença.
O garoto conhecia a pessoa. Como poderia se enganar?
Ele sabia.
Enquanto pensava, esperando o tempo passar, por acaso algumas lembranças boas e piadas surgiam como lembranças em sua mente.
Era quase impossível segurar o sorriso.
Tentava disfarçar um sorriso sereno, que, de leve, tentava brotar, afinal estava em um velório, não queria causar estranheza aos demais.
E assim, continuava "meditando".
Na época, ainda não havia sequer o conhecimento da palavra "espiritualidade". Não havia nenhuma orientação (pelo menos, não nessa vida), logo não havia nenhum condicionamento.
Era uma certeza íntima, inabalável, naquela época. Não haveria de ser diferente depois.
Não havia nenhuma lágrima. Mas os olhos brilhavam como nunca.
Todas as lembranças boas do avô surgiam em sua mente, ao mesmo tempo, como uma onda imensa de felicidade.
Que experiência "contraditória" a vida proporciona, ele pensou.
Justamente no velório de pessoa tão querida, brotar tamanha certeza, e talvez o maior sentimento de gratidão para com a Existência, que o garoto jamais havia conhecido antes.
- Nota de Wagner Borges: Jon é o pseudônimo do nosso colega Jonas, participante do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB.