ALIMENTO NO AR

(Um Relato Projetivo de Assistência Extrafísica)

Fui dormir pensando em ajudar. Como tantas outras noites, eu pensei em auxiliar; lembrei-me do que está ocorrendo no Iraque e visualizei que estaria por lá para dar uma força, uma luz ou qualquer outra coisa que eu pudesse estar fazendo fora do corpo para ajudar.

Entre o fechar dos olhos no corpo e o abrir de olhos astrais (1), percebi entre nuances de sonhos que estava num lugar de muito sofrimento e dor. Mas não era o Iraque, eu estava na África.

Havia centenas de corpos pelo chão e eu sabia que aquela gente tinha morrido de fome.
Na hora, lembro que fiquei surpreso, pois em minha cabeça ninguém mais morria de fome na África, mas a pessoa ao meu lado, ou devo dizer “a voz astral que falava comigo” mentalmente, foi me explicando que nada exatamente tinha mudado, porém eu estava lá para ajudar e ela me pediu para me concentrar numa palavra como mantra : “MAYA” (2).

Ela me explicou que toda vez que eu estivesse perdendo o controle, ou profundamente comovido emocionalmente pelo que estivesse vendo, eu me concentrasse nessa palavra, para manter a lucidez e lembrar-me que tudo aquilo não era exatamente o que parecia, e que eu precisava ir além daquela cortina de morte e enxergar vida, se eu quisesse realmente auxiliar.

Então, vi um rapaz negro no chão, e eu sabia de alguma forma que ele era jovem, mas aparentava ser muito mais velho com sua pele enrugada no rosto e o corpo esquelético. Ele estava mais morto que vivo, apenas uma pequena luz na sua nuca (3) parecia ligá-lo a sua existência na Terra. Para a minha surpresa, ele estava sorrindo; o que me trouxe a idéia que talvez ele estivesse nos vendo e soubesse que logo seu sofrimento estaria acabado.

Preparei-me, pensando que teria que ajudar o rapaz a sair do corpo de vez, como já havia feito tantas vezes antes, mas o meu guia disse que eu não projetaria minha energia no rapaz, e sim naquilo que ele estava vendo, pois era a única coisa que o mantinha vivo.

Inicialmente, eu não entendi, mas acabei me dando conta do que o guia falava e para o que exatamente o rapaz estava sorrindo: havia imagens de comida flutuando no ar, ao seu redor.

Morrendo de fome, ele tinha criado formas mentais de alimentos no astral, e ali entre a fronteira da vida e da morte, de alguma forma ele podia ver o que tinha criado e estendia o braço para pegar o alimento, sem conseguir.

O seu esforço para conseguir alcançar aquela comida imaginária era tanto, que era a única coisa que o mantinha ligado à Terra.

Não levou muito tempo para que eu conseguisse limpar aquelas imagens, e tão logo o alimento se esvaiu no ar, o rapaz fechou os olhos e a luz na sua nuca apagou.

Eu não lembro muito mais depois disso, mas eu recordo bem as palavras do Guia em minha cabeça, antes que eu acordasse:

“Guerra ocorre todos os dias, não só no Iraque, mas ali mesmo na África, em Diadema, na Rocinha ou em qualquer outro lugar onde alguém morre por falta daquilo que temos de sobra e ainda não aprendemos a compartilhar: o Amor.”


- Frank -
Londres, 25 de Abril de 2004.

Notas de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco, participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos. Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista on line de nosso site, e em nossa seção de textos projetivos e espiritualistas em meio aos diversos textos já enviados anteriormente – www.ippb.org.br

Peço permissão ao Frank para inserir três notas explicativas em cima das expressões usadas em seu relato projetivo.

1. Esse estado transacional é típico dos estados alterados de consciência, onde o foco da consciência troca de centro, dos sentidos físicos para os sentidos astrais (parapercepções do psicossoma). É chamado pela Medicina de estado hipnagógico (de hipnagogia), limítrofe entre a vigília e o sono. Quando ocorre na volta do sono para a vigília, é chamado de estado hipnopômpico (de hipnopompia). Ambos são estados alterados da consciência e tem muito a ver com diversas visões e sensações decorrentes de sintomas projetivos ou parapsíquicos.

2. Maya (do sânscrito): Ilusão.

3. É na base da nuca que fica conectado o principal filamento do cordão de prata, elo de ligação vibracional entre o corpo espiritual e o corpo físico, ramificado vibracionalmente para dentro da cabeça e tendo o seu ponto de conexão na glândula pineal (epífise), bem no centro do crânio, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais.

Sobre isso, ver o capítulo específico sobre a localização do cordão de prata nos corpos no meu livro “Viagem Espiritual II” – Ed. Universalista.

OBS. O livro está disponibilizado para leitura gratuita em nosso site – www.ippb.org.br

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