MEDIUNIDADE & AMOR

- Por Maísa Intelisano -



“A melhor técnica é o Amor”

O Amor é a energia que mantém o universo e tudo o que nele existe. Sem o amor do Criador, nada existiria, nada se sustentaria, não haveria transformação. Sem o amor incondicional de Deus por nós, nada seríamos e nada poderíamos realizar.
É na força do Amor, o Amor-Deus, o Amor que É, o Amor que existe sem ter sido criado, que todos nos movemos, que todos existimos, vivemos, pensamos e sentimos. Tudo que experimentamos é o Amor Maior agindo em nós, por nós e para nós. Somente pelo amor podemos realizar com Deus, podemos agir no mundo de Deus, em sua criação.

O médium é também obra e, ao mesmo tempo, ferramenta de Deus, pois é através dele que Deus se revela um pouco mais à consciência humana, tão presa à ilusão que a cerca neste mundo material. No médium, tem Deus mais um caminho para o coração humano. E pelo médium, podemos todos entender um pouco melhor o Deus que vive em nós, mas não enxergamos, o Deus que nos ama tanto que nos deu também a mediunidade para que pudéssemos nos aprofundar em seus mistérios.

Todo médium deve ter consciência de que é também um pouco médium de Deus, da Vida, o Amor que É e tudo permeia. Todo médium precisa saber-se efeito de Deus, da vontade divina, da sabedoria infinita, para compreender que sua missão na mediunidade nada mais é do que expressar esse Amor que a todos envolve, nutre, sustenta e transforma, sendo imutável e constante em si mesmo.

Para ser fiel à sua missão, portanto, deve o médium viver mergulhado em amor. Amor por Deus, pela criação, pelas criaturas e por si mesmo. Amor que se revela em respeito, em virtude, em fraternidade. Amor que se apóia também em estudo, em conhecimento, em razão. Amor que se equilibra, serenamente, entre o êxtase da fé e a concepção do intelecto.

Sem este Amor, a mediunidade torna-se estéril e fria, pois nada inspira à vida a não ser arrogância e desencanto. Sem este amor que alimenta a razão e nela se apóia, o médium nada percebe de si mesmo e de sua tarefa. Nada sabe dos propósitos de sua missão e nada intui da verdadeira Vida, a Vida que representa.

Sem conhecimento, a mediunidade torna-se cega, irresponsável e fanática, e nada acrescenta à humanidade a não ser medo, ignorância e superstição. Sem o conhecimento que ilumina o coração, o médium pouco compreende de si e de Deus, pois age às cegas, sem poder entender os fenômenos que o alcançam e não pode controlar.

Cabe ao médium, portanto, ser instrumento preciso e fiel do amor de Deus pelos homens, estudando sempre, aprendendo cada vez mais, para se fazer mais e mais amoroso em sua mediunidade. Cabe ao médium sintetizar, em si mesmo, amor e conhecimento, levando não somente técnica ao seu trabalho, mas também sabedoria, equilíbrio, discernimento, serenidade, para que, no exercício de sua mediunidade, reflita-se somente a melhor técnica, a essência de tudo: o amor.

São Paulo, 11 de janeiro de 2006.

Imprimir Email