O VÍRUS DA PAIXÃO
Os laboratórios de manipulação deveriam criar uma fórmula que pudesse combater a “paixão”, vírus estúpido que embota o ser humano, vez em quando. O vírus “paixão” infecta centenas de milhares de infelizes que vagueiam, aturdidos, em busca de sorver a energia da vítima. E o pior é que os contaminados se sentem felizes, acolhidos e de bem ilusório com o mundo.
Os sintomas deste mal são diversos, dos físicos aos morais: cegueira e problemas oftálmicos como dilatação da pupila e visão turva, alucinações, tontura – na própria acepção da palavra, males do aparelho digestório, insônia, dores de cabeça freqüentes (no momento ou depois), suores, fraqueza (orgânica e de caráter), entre outros.
Os remédios que combatem esta enfermidade podem vir com rótulos como “desapaixonite” ou mesmo “desbesteirol”, ou, porque não, “destontex”. Os elixires também podem servir à medicina preventiva. Assim, quem não deseja ser contaminado, toma vacinas tipo “bomsensonol” ou “sabedorite” ou mesmo “amorex”.
A doença, ocasionada por este vírus, parte do pressuposto que o homem deve procurar a sua alma gêmea, como se o Universo inteiro não fosse “gêmeo”. Essa busca sedenta, na maioria das vezes sem critérios, deseja a famigerada metade da laranja, o que torna as pessoas vulneráveis e dependentes de algo que nunca encontram. A procura, sem dúvida alguma, é uma das causas principais da infelicidade suprema nas pessoas, em conjunto com a procura vampiresca do sexo pelo sexo (roubo e descarga de energia - parte animal que ainda nos cabe e faz com que pensemos com e na cabeça de baixo, boicotando a de cima).
Isso não quer dizer que devemos nos tornar castos e intocáveis, porém, uma certa dose de equilíbrio e lucidez evita a contaminação. O sexo é uma poderosa usina de energia quando muito bem canalizada. Escoar esta energia e descarregá-la em qualquer “vaso de sêmen”, não traz benefício algum – é como se abríssemos uma torneira para o nada. Um outro agravante é que, quando se “transa” com alguém, as auras e os campos energéticos se fundem e a contaminação energética é obrigatória. Isso quer dizer que você pode estar dormindo literalmente com o inimigo e nem de dá conta disso. Mas, isso são outros quinhentos, aliás, quinhentos anos a mais de encrencas cármicas.
Para finalizar, a bactéria apaixonante se instala nas partes baixas do organismo: do aparelho digestório (sede das emoções) aos pés, que sempre trilham por vias perigosas. As pernas ficam bambas e se confundem, numa dança insana e trôpega. O resultado final disso tudo, ou seja, seu estágio derradeiro, é quase sempre traumático. Culpa, autoculpa, desrespeito mútuo, descalabro, vingança, ira, baixa-estima, solidão.
Previna-se! Ao contrário da opinião da maioria contaminada, o Ministério do Bom Senso adverte: paixão é prejudicial à saúde!
Já o amor verdadeiro... Ah, esse é a cura real das paixões desvairadas.
- Mauricio Santini -
São Paulo, 26 de maio de 2004.
Os remédios que combatem esta enfermidade podem vir com rótulos como “desapaixonite” ou mesmo “desbesteirol”, ou, porque não, “destontex”. Os elixires também podem servir à medicina preventiva. Assim, quem não deseja ser contaminado, toma vacinas tipo “bomsensonol” ou “sabedorite” ou mesmo “amorex”.
A doença, ocasionada por este vírus, parte do pressuposto que o homem deve procurar a sua alma gêmea, como se o Universo inteiro não fosse “gêmeo”. Essa busca sedenta, na maioria das vezes sem critérios, deseja a famigerada metade da laranja, o que torna as pessoas vulneráveis e dependentes de algo que nunca encontram. A procura, sem dúvida alguma, é uma das causas principais da infelicidade suprema nas pessoas, em conjunto com a procura vampiresca do sexo pelo sexo (roubo e descarga de energia - parte animal que ainda nos cabe e faz com que pensemos com e na cabeça de baixo, boicotando a de cima).
Isso não quer dizer que devemos nos tornar castos e intocáveis, porém, uma certa dose de equilíbrio e lucidez evita a contaminação. O sexo é uma poderosa usina de energia quando muito bem canalizada. Escoar esta energia e descarregá-la em qualquer “vaso de sêmen”, não traz benefício algum – é como se abríssemos uma torneira para o nada. Um outro agravante é que, quando se “transa” com alguém, as auras e os campos energéticos se fundem e a contaminação energética é obrigatória. Isso quer dizer que você pode estar dormindo literalmente com o inimigo e nem de dá conta disso. Mas, isso são outros quinhentos, aliás, quinhentos anos a mais de encrencas cármicas.
Para finalizar, a bactéria apaixonante se instala nas partes baixas do organismo: do aparelho digestório (sede das emoções) aos pés, que sempre trilham por vias perigosas. As pernas ficam bambas e se confundem, numa dança insana e trôpega. O resultado final disso tudo, ou seja, seu estágio derradeiro, é quase sempre traumático. Culpa, autoculpa, desrespeito mútuo, descalabro, vingança, ira, baixa-estima, solidão.
Previna-se! Ao contrário da opinião da maioria contaminada, o Ministério do Bom Senso adverte: paixão é prejudicial à saúde!
Já o amor verdadeiro... Ah, esse é a cura real das paixões desvairadas.
- Mauricio Santini -
São Paulo, 26 de maio de 2004.