RECADO DE FRANCISCO

(Para a dor de quem perdeu seu bicho estimado)

Sei,
que uma lágrima de dor escorre dos teus olhos
Agora e no dia em que o teu irmão se foi
E se afastou de ti e se aproximou de Deus.

Todavia,
Dou-te uma nota feliz neste dia tão triste:
Jamais Deus teria sido injusto com os animais!
Agora mesmo, neste exato instante em que choras,
Teu bicho estimado segue e evolui...
Brilha na imensidão do espaço e volta,
manso, ao seu aconchego de almas!

As hostes dos anjos e Franciscos
Cuidam das luzes em pêlos e
preparam suas patas para uma nova vida.

Enxuga assim teu rosto e acredita!
Fizeste a parte que te cabe neste mundo.
Que um sonho jamais termina num último miado
E nem tampouco se pode calar os latidos de um dia...

É que o Criador adora as suas crias!
E deixa que elas permaneçam sempre vivas,
Na memória de quem fica ou mesmo até que um
novo homem se forme!

Porque os anjos têm asas como as aves.
Porque os homens têm pêlos como os bichos.
E todos nós temos alma como Deus!

Seja nos quintais, nas árvores ou nos rios!
Seja nos mares, nas florestas ou nos lares!
De uma vez por todas:
Sempre estaremos vivos!

Ao Dunga, Princesa e Susi e todos os gatos, cães e bichos que iluminaram meu caminho.

- Maurício Santini – São Paulo, 30 de abril de 2003.

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