O SENTIMENTO É A LINGUAGEM DA ALMA!

"O sentimento é a linguagem da alma!"

Essas palavras ecoavam na mente do projetor enquanto ele, ainda sonolento, procura o relógio para ver as horas.

Após a sua rotina matinal, ele colocou um CD de música calma no aparelho de som e sentou-se em frente ao computador, iniciando assim sua rotina diária de trabalho.

Enquanto o computador ligava, ele fechou os olhos e ouvindo a música ambiente, começou a refletir sobre a frase que ecoava em sua mente.

Ele então percebeu uma presença ao seu lado, e subitamente abriu os olhos, achando que poderia ser sua mãe querendo dizer algo, mas não viu ninguém. Fechou os olhos novamente e começou a sentir mais intensamente aquela presença sutil e serena. Sentiu o ambiente ser inundado de uma energia que acalentava e enchia seu peito de segurança e carinho.

Mais uma vez ecoou forte em sua mente a frase "O sentimento é a linguagem da alma".

Nesse momento o projetor começou a recordar de sua viagem noturna:

Ele caminhava por um imenso jardim acompanhado de seu sábio amigo extrafísico (amparador, mentor, irmão de caminhada e companheiro de tantas jornadas físicas e extrafísicas), enquanto ele lhe discursava sobre os relacionamentos e comunicação entre os homens.

"No plano físico - iniciou o amparador em resposta a uma pergunta do projetor - ao se expressar e se comunicar, o ser sofre a árdua e difícil limitação do cérebro. O cérebro é um instrumento carnal que funciona como potente computador encarregado em transformar ou traduzir a vontade ou necessidade superior do ser e seus sentimentos em uma seqüência lógica de interpretação com símbolos convencionados por cada cultura, para representar aquele conjunto de sentimentos e idéias no nível de manifestação mais denso."

Nesse momento, o projetor começou a pulsar luz em seu chacra frontal a fim de aumentar a lucidez para assimilar ao máximo a profundas e importantes informações, enquanto dezenas de pensamentos e questionamentos gerados por aquelas informações se formavam em sua mente.

Percebendo tais questionamentos, o amparador esclareceu:

"Palavras nada mais são do que uma forma simbólica, convencionada, que as pessoas são ensinadas a interpretar e utilizar para interagir e se comunicar no plano físico. Palavras são sons, ruídos utilizados para expressar idéias e sentimentos de forma convencionada. Por exemplo:

- Se uma pessoa emitir um ruído sonoro que seja interpretado por uma outra pessoa como "o" e depois um ruído que seja interpretado pelo cérebro do ouvinte como sendo "i", pela regra convencionada na língua portuguesa o cérebro interpretará a expressão "oi", que nele está gravado como sendo um cumprimento de encontro muitas vezes relacionado a algum sentimento. Mas se uma pessoa vai a um outro país sem aprender a sua simbologia convencionada, não conseguirá compreender nem se comunicar com as pessoas dali.

Esta é uma convenção aceita há muito tempo! Comunicar-se através das palavras.

Uma das desvantagens dessa convenção é que o ser acaba ignorando todas as outras formas de comunicação possíveis, latentes em cada ser. Por esse motivo ele não aprende a exercitá-las, deixando de lado uma de suas maiores riquezas espirituais.

As pessoas supervalorizam as palavras, limitadas ao que seus olhos podem ver e suas mãos tocarem, e se esquecem do invisível, se deixam ser totalmente enganadas pela ilusão química de seu cérebro."

O projetor concorda com a explanação e ainda acrescenta:

Os sentimentos são invisíveis e não podem ser vistos, nem tocados ou ouvidos, isso tudo que vemos é uma forma limitada de interpretação desses sentimentos, que as pessoas encontraram para mostrá-los ao mundo externo, é isso que você está dizendo?

O amparador continua:

"É isso mesmo! Mas no plano físico são invisíveis apenas os sentimentos das outras pessoas, porque cada um vê apenas os seus próprios sentimentos. E você sabe por que os sentimentos das outras pessoas nos parecem invisíveis? Porque cada uma está muito preocupada e envolvida com suas próprias emoções e turbulências internas, e porque elas supervalorizam as palavras, como se aceitassem a possibilidade de serem enganadas. A possibilidade de não verem a realidade daquilo. As pessoas simplesmente ignoram o que sentem com relação às coisas e as pessoas.

Se você quiser saber a verdade com relação a algo, seja dentro ou fora de você, veja como você se sente com relação aquilo. Mas devemos fazer isso deixando de lado as emoções e turbulências internas, sem raiva, medo, ódio, rancor e nenhuma outra emoção desse tipo, sendo verdadeiro consigo mesmo.

Nesse momento virá um outro passo, às vezes também difícil: admitir esses sentimentos!"

O projetor ouvia aquelas palavras e tentava gravar em sua memória para não se esquecer das importantes informações.

"O que você sabe intuitivamente e efetivamente sobre algo - continuou o amparador - são representados pelos sentimentos que você tem com relação aquilo. Enquanto as palavras, sons, gestos, letras, podem apenas tentar simbolizar esse conhecimento, e aí encontramos centenas de variáveis que interferem nesse processo, levando a uma interpretação mais ou menos real do que realmente se passa no íntimo de cada ser.

Aprender a interpretar seus próprios sentimentos seria o caminho inicial e primordial para uma comunicação efetiva ser-a-ser.

As pessoas se esquecem que, antes de mais nada, são espíritos dentro de um corpo físico e, assim sendo, continuam com as mesmas capacidades espirituais latentes."

Dando uma pequena pausa, para assimilar e refletir sobre as informações, o projetor então pergunta ao amparador:

Como manifestar então de uma maneira mais eficiente as capacidades espirituais no plano físico? Muitas vezes é difícil saber lidar com a realidade dentro das pessoas e dentro de nós mesmos.

"Essa dificuldade existe - responde carinhosamente o amparador ao projetor - por medo, preconceito, fuga e também por falta de prática em se tentar viver assim. É mais fácil para todos se esconderem dentro de seus mundos sem precisar se conhecer ou mudar nem quebrar seus padrões criados ao longo de cada vida. Pois é o que cada um é: a somatória de todos os pensamentos e sentimentos que já manifestou ao longo de sua existência.

O primeiro passo para se começar a entender, ouvir e interagir de uma maneira mais eficaz e lúcida com os sentimentos, tantos seus como dos outros, é diminuindo a turbulência mental e emocional ao qual as pessoas se acostumaram a viver dia após dia em suas vidas.

Ao menos proporcionando um momento de descanso, paz interior durante o dia, mesmo que por 5 ou 10 minutos. Começar a deixar de lado a preguiça de pensar, de questionar ao mundo e a si mesmo, deixar de lado o medo e a dificuldade de ter que enfrentar e trabalhar suas falhas, seus defeitos e suas limitações que os acompanham por várias vidas.

Comunicar-se sem medo de ser verdadeiro com seus sentimentos e trabalhar a cada dia para melhorar as falhas, sempre respeitando e agindo com afeto para com o próximo.

O sentimento é a linguagem da alma!"

O projetor ouviu o ensinamento e então sentiu uma explosão em sua cabeça e se percebeu novamente em frente ao computador, com as mãos no teclado.

Ele agradeceu ao amparador que se encontrava bem ali ao seu lado, pelos ensinamentos da noite e repetiu mais uma vez em sua mente, como se tentasse gravar essa mensagem em si mesmo para toda a eternidade:

"O sentimento é a linguagem da alma!"

- Vanderlei Oliveira -
 

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