LIVRO: JUSTIÇA DIVINA x JUSTIÇA DOS HOMENS - por Sérgio Nogueira Reis

capajustica2     Escrito por Sérgio Nogueira Reis.
     Veja um capítulo completo sobre projeção astral, deste excelente livro.
 
 
 
 
PROJEÇÕES DA CONSCIÊNCIA

"Soltei a alma nas ondas sutilíssimas da meditação, e subi, subi tanto que além do véu azul do firmamento repousei os pensamentos.

O todo era um oceano infinito de amor e alegria. Eu, um lótus bailando no espelho de águas cristalinas.

Além, muito além, o mistério de céus que a imaginação humana não pode conceber."

- Rabindranath Tagore -
No capítulo anterior, constatamos que um dos estágios iniciais da EQM (experiência da quase-morte), seria a projeção da consciência ou do espírito, para fora do corpo físico debilitado, quando o espírito ficaria flutuando na própria sala de cirurgia ou sairia para regiões mais distantes, às vezes atravessando um túnel de luz, até encontrar amigos e parentes já falecidos ou outros seres de luz.

Na transcrição acima, o poeta místico indiano Rabindranath Tagore (1861-1941), narra uma das suas experiências de viagem astral, constante no seu livro -"Gitanjali", que proporcionou-lhe o prêmio Nobel de Literatura de 1913.

Existem diversos termos utilizados por várias filosofias ou religiões, para descrever o mesmo fenômeno da saída temporária do espírito do corpo físico, tais como: projeção da consciência (Projeciologia), projeção astral (Teosofia), viagem astral (Esoterismo), emancipação da alma ou desdobramento (Espiritismo), exosomatose (Daskalos, Mago Grego), "Out of the Body Experience" (cientistas americanos), viagem da alma (Eckancar), Experiências Fora do Corpo - EFC (Parapsicologia) etc.,. Em termos mais práticos, a viagem astral é a mera saída da consciência do corpo físico; ou seja, é a projeção do próprio ego ou da personalidade, também podendo ser denominada de alma ou espírito, não importa. O que realmente interessa é que essa consciência deixa o corpo físico, pelo menos uma vez a cada noite e age na dimensão extrafísica. E o nosso objetivo neste capítulo, além de explicar este fenômeno natural, é de ensinar ao leitor as técnicas para se conseguir projeções lúcidas, conscientes, ou seja, que o projetor saiba que esta fora da dimensão física e do estado de onirismo (sonhos), inclusive podendo exercer diversas atividades, como ajudar outras pessoas, adquirir conhecimentos e perder o medo da morte.

Na projeção involuntária, a pessoa ejeta sua consciência do corpo sem querer, pois vai dormir na cama e desperta flutuando fora do corpo físico e, geralmente, fica assustada, imaginando que desencarnou e com o susto, sai do estado de relaxamento, voltando assim a "mergulhar" em direção ao seu corpo físico, deitado na cama, quando encaixa, novamente. Na projeção voluntária, o projetor comanda a saída do seu perispírito ou psicossoma (réplica mais sutil do corpo físico), estando completamente lúcido e consciente, no âmbito do seu quarto de dormir, podendo voar e atravessar suas paredes, encontrando com outros projetores, ou pessoas desencarnadas, no plano espiritual e retornando ao seu corpo físico ou soma, na hora que desejar. Vale salientar, que não existe perigo nesta experiência, uma vez que nosso psicossoma permanece ligado ao corpo físico pelo cordão de prata, que é um fio energético inquebrável enquanto temos vida; somente se rompendo no processo de desencarne do corpo físico, já analisado, minuciosamente, no capítulo anterior; cujas referências também se encontram na Bíblia, Eclesiastes: cap. 12, versículos 6, 7 e 8:

-"Antes que se rompa o fio de prata e se parta a taça dourada, e o cântaro quebre na fonte e a roldana arrebente o poço; - antes que o pó volte a terra, como era, e que o sopro volte a Deus que o concedeu".

Segundo o professor Wagner Borges, autor de um dos melhores e mais didáticos livros que já li sobre esta temática, na língua portuguesa, entitulado "Viagem Espiritual II - A Projeção da Consciência", onde o autor demonstra que existem etapas e sintomas bem definidos no desenrolar da projeção lúcida; que podem ser melhor entendidos, observando-se as figuras abaixo, retiradas do livro clássico de Sylvan Muldoon, "Projeção do Corpo Astral":

"Além da catalepsia projetiva, (sensação de imobilidade do corpo físico) podem ocorrer pequenas repercussões físicas no início da projeção , principalmente nos membros. Muitas pessoas, quando estão começando a adormecer, têm a sensação de estar "escorregando" ou caindo por um buraco e despertam sobressaltadas. Isso acontece devido a uma pequena movimentação do psicossoma no interior do corpo físico.

ESTADO VIBRACIONAL - São vibrações intensas que percorrem o psicossoma e o corpo físico antes da projeção. Algumas vezes, essas vibrações se intensificam e formam anéis energéticos que envolvem os dois corpos.

Ocasionalmente, o estado vibracional pode produzir uma espécie de zumbido ou ruído estridente que incomoda o projetor. Na verdade, essas vibrações são causadas pela aceleração das partículas energéticas do psicossoma, criando assim um circuito fechado de energias. Essas energias são totalmente inofensivas e têm como finalidade a separação dos dois corpos.

BALLONNEMENT - É a expansão das energias do psicossoma para fora do corpo físico. Quando isso acontece, a pessoa tem a sensação de que seu corpo está inflado como um balão. É uma sensação gostosa e ocorre geralmente antes da projeção.

OSCILAÇÃO ASTRAL - É quando o psicossoma flutua acima do corpo físico, oscilando sem controle de um lado para outro.

RUÍDOS INTRACRANIANOS - São ruídos produzidos no interior do crânio, antes ou após a projeção. Podem ser percebidos pelo projetor como estalidos, como zumbido estridente ou como uma espécie de "click" energético bem no centro da cabeça (provavelmente na glândula pineal)." (236)
ETAPAS DA PROJEÇÃO

Define-se o corpo astral ou psicossoma como um composto de elementos sutis, etéreos por natureza, correspondendo ao que os iogues consideram como os centros vitais do corpo físico, mais ligados à força vital do que à matéria, sendo o veículo da consciência e o corpo das emoções, dos desejos e dos sentimentos.

O Dr. Stylianos Atteshlis, também conhecido como Daskalos, o Mago de Strovolos, explica as dificuldades da projeção lúcida:
"A expansão da consciência e a exosomatose são difíceis quando 95% da consciência de um indivíduo encontram-se ligados às coisas materiais e aos desejos básicos. "O que é da terra, é da terra" (João 3:31). Por mais ansiosa que a pessoa esteja pela exosomatose, enquanto a sua personalidade estiver ligada ao mundo material o seu sucesso será limitado, pois ela estará presa ao seu mundo material."

Para o mestre yogue Swami Sivananda, não existem mistérios na projeção da consciência:
"Pela simples manifestação de vontade você pode viajar para qualquer lugar que quiser com o corpo astral (viagem astral, jornada astral) e lá se materializar tirando os materiais necessários, ou de Asmita (Ahamkara), ou do armazém universal - o oceano de Tanmatras. O processo é muito simples para os ocultistas e Ioguins que conhecem a técnica racional e detalhada das várias operações, conquanto pareça extraordinário para as pobres criaturas mundanas com suas diversas emoções, paixões e apegos. A leitura de pensamentos e a telepatia também podem ser facilmente executadas por essas pessoas que podem agir com o corpo astral. Os raios mentais concentrados podem penetrar paredes opacas, da mesma forma que os raios-X atravessam os ossos. Em primeiro lugar, separe-se do corpo físico. Em seguida, identifique-se com a mente e, depois, passe a agir com o seu corpo sutil no plano mental, como o faz no plano desta Terra. Através da concentração você se eleva além da mente; finalmente, através de Samadhi, você se integra ao Brahman. Essas são as três Sadhanas Antaranga importantes (meios internos), na obtenção da beatitude final."

O escritor espírita e parapsicólogo, Prof. Hernani Guimarães Andrade, também pesquisou as EFC - Experiências Fora do Corpo:
"Algumas pessoas, em certas ocasiões - por exemplo, durante o sono - sentem-se sair fora do corpo. Neste peculiar estado podem avistar o seu próprio corpo físico inanimado. A consciência parece acompanhar a parte que se libertou do soma. Em algumas oportunidades, o indivíduo assim "desdobrado" sente-se ocupando um segundo corpo muito semelhante ao seu corpo carnal. Seria como que um "duplo" do seu organismo. Daí ser muito usada a mesma expressão - "duplo" - para designá-lo."
O filósofo antroposofista Rudolf Steiner também ensina, como transformar o sonho em projeção lúcida:

"Seus sonhos vão perdendo o caráter insignificante, irregular e desconexo, vindo mais e mais a ser um mundo regulamentado e coerente. No decurso do progresso desse desenvolvimento, esse novo mundo, gerado a partir do mundo onírico, não só em nada fica devendo à exterior realidade sensorial com relação à verdade interior, como também nele se revelam fatos que, no mais amplo sentido da palavra representam uma realidade superior. Eis que ai surgirá, no discípulo, por meio da força do mundo espiritual - uma vez tendo ele aí penetrado - e mediante a prática dos correspondentes exercícios, uma crescente dilatação da consciência no sono profundo. Mais e mais vivências emanarão da inconsciência, e espaços cada vez menores da vida de sono serão inconscientes.. Convive-se, então, enquanto o corpo repousa, com uma realidade do mesmo modo como ocorre no estado de vigília."

Uma das vantagens práticas de vivenciar esta experiência é a perda imediata do medo da morte, pois você sentirá que sua existência, sentimentos e pensamentos, independem do corpo físico e esta certeza está ao alcance de todos, basta desejar, com uma boa dose de força de vontade e aplicar as técnicas projetivas, ensinadas ao final deste capítulo; salientando que esta também é a conclusão, que o pesquisador americano Rick Stack alcançou:

"Um novo sistema de crenças a respeito da morte pode exercer um efeito verdadeiramente poderoso sobre o modo como vivemos as nossas vidas. Para mim, foi somente depois que tive experiências fora-do-corpo que comecei, de fato, a compreender que esta realidade física é apenas uma etapa no caminho de nossa maior existência. Muitas pessoas passam pela vida temendo a morte ou pensando que a morte não as preocupa agora e, por conseguinte, deixam escapar a oportunidade de adquirir grande sabedoria e as mais vastas perspectivas decorrentes do uso da morte como mestra.

A percepção corrente de que a morte não é o fim pode afetar todo nosso modo de agir. Quando realmente compreendemos que iremos viver para sempre, talvez descubramos estar propensos a corrigir o rumo de alguns dos nossos objetivos e aspirações. Se o jogo vai realmente continuar ad infinitum, compreender o propósito maior da nossa participação nele torna-se uma questão ainda mais importante.

Repetimos: não estamos falando aqui acerca do entendimento intelectual apenas, mas sobre uma compreensão emocional e profunda de que nossa identidade sobreviverá à morte. A experiência fora-do-corpo pode transmitir essa compreensão emocional, de um modo que, dificilmente, será comparável a qualquer experiência exclusivamente física."

A jornalista Nice Ribeiro investigou vários assuntos espiritualistas no seu livro "Perfume do Invisível", destacando a sua entrevista com o Prof. Waldo Vieira, criador da neociência denominada Projeciologia; onde ele atesta que o ser humano dorme um terço da sua vida:

"Ou seja, ela dorme um terço de vida. Dos 60 anos na Terra, 20 ela passa dormindo. Vivemos então num sono patético da inconsciência. E, se fazemos parte desses 89%, passamos 20 anos de nossas vidas como zumbis.

Outros 9,8% têm projeções semiconscientes. Ou seja, acordam flutuando no próprio quarto e saem sobrevoando a cidade. Ao perceberem as sensações do não-limite por estar fora do corpo, acabam sendo puxadas de volta à base física devido à euforia de estar vivenciando uma projeção.

A porcentagem restante de 1,2 pratica a projeção cem por cento lúcida. Waldo, que se inclui nessa minoria, explica que é como se não dormisse, pois o projetor lúcido se deita e sente a saída do corpo. Fora dele, sabe o que fazer e onde ir. Domina o processo de retorno ao corpo e, no dia seguinte, se lembra de tudo. Podendo assim utilizar o aprendizado noturno, aplicando-o em sua vida diária.

Como sonâmbulos, nós, a grande maioria da humanidade, entramos no plano extrafísico e nada percebemos, porque estamos presos as nossas ´formas pensamentos´ egoístas."(243)
Outrossim, lembramos que o conceito de bilocação está associado ao conceito de projeção astral, pois significa a habilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo, e como uma pessoa não pode estar em dois lugares simultaneamente, a explicação seria que o corpo físico está em um lugar, enquanto o corpo astral está em outro. O corpo astral de um moribundo é muitas vezes projetado para a presença de entes queridos, momentos antes da morte física. Acredita-se que esse fenômeno se deva, a um forte desejo do moribundo em ver e ser visto. Há vários relatos na história sobre esse fenômeno, que inclusive foi pesquisado em laboratórios.

HISTÓRICO E PESQUISAS LABORATORIAIS

A projeção da consciência é um fenômeno natural que qualquer pessoa pode praticar, sem perigo. Entretanto, algumas já nascem com uma predisposição ou facilidade maior para desenvolvê-lo. Tanto é um fato geral e comum, que na história humana, temos inúmeros exemplos e pesquisas comprovando a sua veracidade.

Consoante lição do pesquisador Anthony Martin, no seu livro "Teoria e Prática da Projeção Astral":
"Antigos ensinamentos chineses revelam uma teoria bem desenvolvida acerca do corpo astral, ou corpo vital. De acordo com textos taoístas, a energia radiante ("a Luz") do universo estava concentrada no corpo físico, em forma de uma essência espiritual. Essa energia normalmente se mantinha inerte, porém através de exercícios especiais e de técnicas meditativas poder-se-ia ativá-la e fazê-la exteriorizar-se numa forma espacial. Respiração rítmica, meditação e técnicas como a de concentrar-se na extremidade do nariz eram utilizadas para se consegui-lo. O corpo vital, assim energizado, deixa o corpo físico através da cabeça, enquanto este permanece num estado de transe.

A filosofia hindu postulava uma anatomia oculta constituída do corpo físico, do corpo sutil e do corpo causal, ou alma. O intermediário, o corpo sutil, abrigava coisas tais como a percepção sensorial e o mecanismo mental, pelo qual somos capazes de nos reconhecer como indivíduos.
Ensinamentos tibetanos do oculto, obviamente, têm muito a dizer sobre o tema. Segundo eles, todas as coisas - vivas ou não vivas - possuem um duplo, uma realidade fantasma que penetra a nossa. Assim sendo, o duplo humano habita dois mundos simultaneamente. O duplo é normalmente invisível, mas pode ser visto por aqueles que são treinados na segunda visão. Ele sai da situação de consciência com o corpo físico durante o sono e durante certos tipos de meditação. Quando o corpo físico morre, o duplo por fim se desintegra.
Os antigos textos iogues falam dos oito siddhis, ou poderes supranormais, que podem ser adquiridos através da prática de um determinado tipo de ioga. Um deles é conhecido como "voar no céu", e aparentemente se refere ao que hoje chamaríamos de viagem astral".

O psicólogo americano Stanley Krippner, também abordou esta temática, na sua obra "Sonhos Exóticos":

"Os antigos egípcios estavam convencidos de que durante o sono, a Ba, ou alma, destacava-se do corpo e misturava-se ao cosmo. Durante estes momentos, aos sonhadores era dada permissão para entrar em comunicação com as divindades, os mortos, e até mesmo com os demônios, além de adquirir informações sobre seu próprio destino. Tutmés IV, cerca de 1450 a.C., sonhou que tinha conversado com um deus durante esse estado, e aquele lhe prometera um grande reino. O deus também disse a Tutmés que se este presente fosse dado, ele teria de limpar a areia que havia acumulado em frente a esfinge, em Gizé. Tutmés se tornou o mais poderoso monarca de seu tempo, santificou a área em frente à esfinge de Gizé e ergueu um monolito no qual este sonho foi gravado".

Numa pesquisa conduzida pela psicóloga britânica Susan Blackmore, mais de 80% de seus respondentes disseram que haviam tido uma experiência fora do corpo, enquanto estavam descansando, dormindo ou sonhando, tendo registrado alguns casos históricos:

"Outra idéia que pode derivar dos gregos é a de que temos um segundo corpo. Mead, um estudioso dos clássicos, reconstituiu, em seu texto de 1919, "a doutrina do corpo sutil", que percorre a tradição ocidental. Outros corpos manifestam-se sob muitas formas diferentes e há versões que falam da existência de até sete ou mais corpos diferentes. Se não é o corpo físico, mas o espírito ou algum corpo sutil que vê, conclui-se, então, que o espírito seria capaz de ver melhor sem seu corpo. Aristóteles ensinava que o espírito podia abandonar o corpo e era capaz de se comunicar com outros espíritos, enquanto Plotino sustentava a idéia de que todas as almas eram separáveis de seus corpos físicos.

Aristóteles contou a história de um homem chamado Antiferon, que um dia estava dando um passeio, quando se viu frente a frente com um reflexo de si mesmo, vindo em sua direção. Dostoievski escreve, em ´O sósia´, sobre um homem que certo dia encontrou seu próprio duplo sentado e trabalhando em sua escrivaninha. O fato de que quase todo mundo é capaz de perceber o terror de uma tal experiência indica o vigor da história.

Conta-se que, na quinta-feira santa, do ano de 1226, Santo Antonio de Pádua ajoelhou-se para rezar na igreja de St. Pierre du Queyrrix, em Limoges, cobriu a cabeça com o capuz e, no mesmo instante, ele apareceu do outro lado da cidade, em outra cerimônia religiosa. Outra célebre lenda é a de Alfonso Liguori, que perdeu a consciência quando se preparava para celebrar uma missa em 1774. Ao recobrar os sentidos, disse aos presentes que estivera no leito de morte do papa Clemente XIV, em Roma, que ficava a quatro dias de viagem. Posteriormente, chegaram notícias não só de que o papa havia morrido, como também de que, os que o assistiam em seu leito de morte, tinham visto e conversado com o santo e participado das orações que ele conduzira".

Antigamente, analisado de maneira mística e simbólica e, hoje, o fenômeno da projeção da consciência é pesquisado de maneira científica; com efeito, desde o final do século XIX, com o advento da "Society for Psychical Research" - S.P.R. - (Sociedade Para Pesquisas Psíquicas), alguns pesquisadores dedicados vêm realizando esforços na tentativa de desmistificar o fenômeno, analisando-o de forma mais racional.

A S.P.R. foi fundada em Londres, Inglaterra, no dia 20 de fevereiro de 1882, por um grupo de cientistas interessados em pesquisar de maneira séria os fenômenos parapsíquicos. Em 1886 a S.P.R. publicou uma obra de 1420 páginas, dividida em dois volumes, que tornou-se um marco na pesquisa psíquica. Essa obra é de autoria de três grandes pesquisadores: Edmund Gurney (1847-1888), Frederic William Henry Myers (1843-1901) e August Frank Podmore (1856-1910) e se chama "Phantasms of the Living" (Fantasmas dos Vivos). Pelo título, o leitor já deve ter observado que se trata de um estudo sobre os fenômenos parapsíquicos, produzidos pelos "encarnados", dentre os quais se destaca a projeção da consciência, que recebeu grande realce dos autores, sendo analisada minuciosamente em diversas páginas. Ao que consta, essa obra, que contém uma relação de 702 casos numerados de fenômenos parapsíquicos e projeciológicos, foi o resultado da primeira pesquisa científica efetuada sobre a paranormalidade humana.

A S.P.R. possui registrados, nos seus arquivos de fenômenos parapsíquicos, centenas de casos de projeção da consciência coletados e analisados, minuciosamente, pelos seus pesquisadores.
No início do século XX, alguns pesquisadores independentes efetuaram experiências, que visavam induzir a exteriorização da sensibilidade e a projeção da consciência para fora do corpo humano, por meio do magnetismo animal. Essas experiências forma realizadas com pessoas magnetizadas, que haviam sido induzidas a entrar em transe, mediante o uso de técnicas mesméricas.
Quase todo o trabalho de pesquisa sobre a projeção da consciência, efetuado por meio do magnetismo animal, foi empreendido por pesquisadores franceses, dentre os quais se destacam três: Hector Durville (1848-1923), Charles Lancellin e Albert de Rochas (1837-1914).
Outros registros históricos importantes aconteceram com os escritores Honoré de Balzac, em 1832, através do seu romance autobiográfico "Louis Lambert" e com Ernest Hemingway, narrados, respectivamente, logo a seguir:

"Balzac anuncia o surgimento da Projeciologia, através das palavras do personagem Louis Lambert, um jovem místico brilhante e muito agitado, que diz o seguinte: "Se eu estava aqui enquanto dormia na minha alcova, este fato não constitui uma separação completa entre o meu corpo e o meu ser interior?" "Ora, se meu espírito e meu corpo puderam separar-se durante o sono, por que não poderei eu divorciá-los igualmente durante a vigília?" "Estes fatos se verificaram pelo poder de uma faculdade que põe em movimento um segundo ser ao qual meu corpo serve de invólucro". "Se, durante a noite... na mais absoluta imobilidade atravessei os espaços, então os homens terão faculdades internas, independentes das leis físicas exteriores". "Por que terão os homens refletido tão pouco até agora, sobre os acidentes do sono, que acusam neles uma vida dupla? Não haverá uma nova ciência neste fenômeno?"

Ernest Hemingway era um jovem de 19 anos, prestando serviço numa unidade de ambulâncias na frente italiana quando teve uma OBE - "Out of the Body Experience"(Experiência Fora do Corpo). No meio da noite de 8 de julho de 1918, um morteiro austríaco, carregado de fragmentos metálicos, explodiu perto das trincheiras italianas e atingiu as pernas de Hemingway.

"Senti a minha alma, ou o que quer que fosse, separar-se do meu corpo", contou ele mais tarde ao seu amigo Guy Hickok, correspondente na Europa do Daily Eagle de Brooklyn, "como quando se retira um lenço de seda de um bolso puxando-o por uma ponta. A alma voou em redor do corpo, após o que regressou e penetrou de novo nele, e eu deixei de estar morto".

O renomado projetor e escritor americano Robert Monroe, fez uma longa pesquisa e experimentos sobre esta matéria, registrada no seu livro "Viagens Fora do Corpo":

"Em instâncias muito raras conhecem-se registros publicados de indivíduos que deliberadamente podiam e voluntariamente faziam a indução ao segundo estado, deslocando-se por aí em seu segundo corpo. Talvez haja mais deles, porém só dois se destacam na História atual. Se existem outros que efetuam esse ato, guardaram os resultados para si mesmos.

O primeiro deles é Oliver Fox, inglês ativo nas áreas da pesquisa e da prática psíquica. Publicou relatórios generosamente detalhados sobre experiências fora-do-corpo e técnicas para atingir tal estado. A não ser no movimento secreto de 1920, seu trabalho recebeu pouca atenção. Não obstante tentou, muito decididamente, trazer a experiência à estrutura da compreensão de sua era.

O segundo, e muito famoso, foi Sylvan Muldoon, que republicou diversos trabalhos a respeito em colaboração com Hereward Carrington, no período 1938-51. Muldoon era o "projecionista" e Carrington pesquisador consistente dos fenômenos psíquicos. Até hoje suas obras têm sido as clássicas nesse terreno, e são leitura muito interessante". (247)

Em 1929, foi publicada a obra clássica de Sylvan Muldoon em co-autoria com Herewand Carrington; o livro, "A Projeção do Corpo Astral", tornou-se um marco do assunto. Muldoon tinha doze anos quando teve a primeira experiênciade projeção da consciência. Acordou no meio da noite e sentiu pânico ao ver que estava paralisado. Depois da catalepsia, mudou para a sensação de flutuar. Quando, afinal, conseguiu enxergar, encontrava-se planando sobre seu corpo. Como estava de pé, o menino virou-se e viu um fio prateado unindo seus dois corpos.

Com o passar dos anos, Muldoon teve centenas dessas experiências, e podia controlá-las perfeitamente. Certa noite, adormeceu sentindo sede; encontrou-se desperto no estado fora do corpo, tentando abrir uma torneira no quarto ao lado.

O pesquisador inglês Robert Crookall ficou surpreso com as semelhanças encontradas entre suas experiências e as de Carrington e Muldoon, começando a reunir o maior número possível de casos. Mas, ao contrário de seus predecessores, Crookall estava interessado na análise crítica, esperando que, através da investigação de grande número de casos, chegasse a alguma definição sobre a experiência fora do corpo. Reuniu perto de mil casos tirados da literatura sobre pesquisa psíquica e de relatos obtidos em primeira mão. Esses casos foram publicados em três volumes: "The Study and Practice of Astral Projection" (O Estudo e a Prática da Projeção Astral), "More Astral Projection" (Mais Projeção Astral) e "Case Book of Astral Projection" (Livro de Casos de Projeção Astral).

A veracidade dos seus experimentos foi baseada no que é conhecido como "Lei de Comprovação de Whateley", que diz, se um número suficiente de testemunhas independentes comprova as características de uma observação, testemunhas que comprovadamente não poderiam estar em conluio, então há muita probabilidade de que a observação seja genuína.

Eu, pessoalmente, fiz várias tentativas na busca do conhecimento e prática da Projeciologia, que estarei narrando mais à frente, neste capítulo.

As modernas pesquisas científicas, a respeito da experiência fora do corpo, foram iniciadas na década de 1960 pelo pesquisador Charles Theodore Tart, que realizou diversas experiências com projetores nos laboratórios de Parapsicologia dos E.U.A., quebrando assim a conotação mística que envolvia o fenômeno. Os primeiros projetores a serem estudados foram a desconhecida Madame "Z" (pseudônimo utilizado para preservar a identidade real da projetora) e o executivo Robert Allan Monroe, que, posteriormente, viria a publicar vários livros, como "Viagens Fora do Corpo" e "Viagens Além do Universo", sendo o mais recente "A Última Jornada"; onde tenta mapear, como um cartógrafo, os limites entre o mundo material e o espiritual:

"Já relatei minhas primeiras experiências fora-do-corpo em 1958, que transformaram toda minha vida. Naquela época, o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa que eu chefiava, especializada na produção de som para programas de rádio, aperfeiçoara um método através do qual o som poderia induzir a um estado de sono com rapidez e sem esforço. No mesmo ano, uma descoberta mudou inteiramente os rumos dessa investigação e consequentemente de toda a empresa: certos padrões sonoros induziriam a diferentes estados de consciência, comumente não acessíveis à mente humana. O processo, conhecido por Sicronização Hemisférica (ou Hemi-Sync, para abreviar), proporciona a seus usuários um instrumento de autocontrole, para que atinjam seus objetivos por meios que facilitam e sustentam um estado mental-cerebral coerente, altamente produtivo e firmemente determinado".

Já na década de 1970, outros pesquisadores brilhantes como: os Drs. Scott Rogo e Karlis Osis seguiram a trilha iniciada por Tart e efetuaram novas experiências laboratoriais com diversos projetores. Por essa época, três desses projetores se destacaram nas pesquisas efetuadas, não só pelo êxito obtido nas experiências extracorpóreas, mas também por sua dedicação e honestidade. São eles: Ingo Swann, Alexander Tanous e Stuart Keith Harary .

O pesquisador americano John Perkins, desenvolveu uma variação da projeção da consciência, que ele batizou de "psiconavegação":

"Outros preferem subir, elevar-se acima de uma cena, como os homens-pássaro dos Andes. Algumas pessoas preferem visualizar uma viagem linear, como os shuaras, que são guiados pelo jaguar pelo chão da selva.

Prefiro me sentir subindo. Em minha posição de pernas cruzadas, imagino que estou sentado sobre um tapete mágico. Enquanto subo, olho com o olho da minha mente os objetos ao meu redor - cadeiras, mesas, paredes - e lentamente me elevo acima deles. Consigo atravessar todas as coisas materiais que são obstáculos no mundo consciente até planar no ar. Subo cada vez mais...

Frequentemente, relaxamento e meditação são combinados com técnicas de visualização para ajudar o paciente a viajar nas profundezas internas de seu corpo e de sua psique. Dois ramos da ciência médica, a ciberpsicologia e a ciberfisiologia, vêm sendo especialmente bem-sucedidos para ajudar pessoas a usarem tais métodos para descobrir as causas de suas enfermidades e para iniciar curas. É interessante observar que a raiz dos nomes dessas duas ciências, ciber, vem do grego kybernam, que significa "navegar". (249)

O Prof. Waldo Vieira na sua obra de 866 páginas, "Projeciologia", considerada a mais profunda pesquisa sobre esta matéria, publicada no Brasil, divide sua evolução através de 4 períodos:

Antigo - início da humanidade até o século XIV; Esotérico - século XV até o século XIX; Exotérico - de 1905 a 1965 e Laboratorial - de 1966 até os dias atuais.

Para fechar esta análise histórica da EFC, gostaria de citar o mais antigo registro deste tema, constante na codificação do yoga clássico, escrito cerca de 400 anos a.C., ou seja, no "Yôga Sútra" de Pátanjali, considerado por muitos como o "Pai da Yoga":

"III - 40. Mediante o controle da bioenergia denominada Samána, o Yôgin torna-se irradiante...

III - 42 . Efetuando samyama na relação entre o ákasha e o corpo, identificando-se com coisas que tenham a leveza do algodão, adquire-se a habilidade de deslocar-se pelo espaço.

III - 43. Efetuando samyama sobre o mahá videhá (o siddhi denominado "grande incorpóreo"), eliminam-se os impedimentos à Projeção da luz". (251)


CASOS PRÁTICOS

Entendo que o leitor poderá alcançar uma maior compreensão dos mecanismos da projeção da consciência, ao analisarmos casos práticos ocorridos comigo e com diversos especialistas nesta temática; iniciando pelo mais didático e um dos melhores professores brasileiros desta área espiritualista, o sensitivo carioca Wagner Borges, que desde os 15 anos pratica a EFC:

"Eu havia deitado por volta da meia-noite, no sofá da sala, e estava literalmente exausto, pois trabalhava durante o dia e estudava à noite. Caí no sono instantaneamente. Horas depois, despertei abruptamente e, com grande surpresa, descobri que não estava mais deitado no sofá, mas sim voando em alta velocidade por sobre o oceano. Isto é, estava ocorrendo comigo um fenômeno parapsíquico que posteriormente eu viria a conhecer com o nome de "experiência fora do corpo" ou "viagem astral".

Durante a experiência, a sensação de leveza e liberdade era indescritível. Do mar, exalavam ondas de energia que me interpenetravam e me deixavam com uma sensação de vigor nunca antes experimentada. O mais marcante nisso tudo era a sensação de liberdade plena que me invadia. Era tão forte que perdi o controle sobre mim mesmo. Fui tomado, então, por uma euforia arrebatadora e, ébrio de alegria, comecei a fazer piruetas no ar.

Repentinamente, tomei um puxão pelas costas e fui bruscamente succionado para trás em alta velocidade. Foi tão rápido que, por um instante, me senti desfalecer, para logo em seguida ter a sensação de que estava caindo de grande altura. Momentos depois, me senti literalmente "caindo" dentro do corpo físico, ou, melhor dizendo, me fundindo nele, que sofreu uma forte repercussão na hora da minha reentrada. Abri os olhos imediatamente, e notei com clareza a diferença entre o estado extracorpóreo que eu experimentara e o estado de vigília física, no qual me encontrava agora.

Cerca de um ano depois, o fenômeno se intensificou e passou a acontecer quase todas as noites. Numa dessas vezes, tomei um grande susto: acordei no meio da noite e não consegui mexer meu corpo. Por mais que eu tentasse, não conseguia mover sequer um dedo. A situação era angustiante. Parecia que algo invisível me tolhia os movimentos. Era como se houvesse um torno invisível me prendendo e pressionando de todos os lados. Tentei gritar, mas a voz não saía. Tentei ao menos abrir os olhos, mas também foi em vão. De repente, sem que eu tivesse feito nada para isso, senti-me flutuar para fora do corpo imóvel. Virei em pleno ar, cerca de uns três metros acima do corpo físico, e olhei-o estendido lá embaixo, na cama. Ele estava na posição de decúbito dorsal (barriga para cima) e , sinceramente, parecia pálido e sem vida, como se fosse um cadáver. Ao pensar isso, fiquei seriamente preocupado: e se realmente eu tivesse morrido?

Fui, então, pedir ajuda aos meus pais. Atravessei a porta do quarto e os vi deitados na cama. Tentei chamá-los, mas foi em vão. Eu era invisível e intangível para eles. Voltei para o meu quarto e ao chegar perto do meu corpo fui literalmente sugado energeticamente para dentro dele. Abri os olhos e não dormi mais naquela noite, com medo de que aquela paralisia acontecesse novamente.

Com o passar do tempo, fui me acostumando com aquelas experiências e tratei de observá-las melhor. Graças a isso, pude estudar minuciosamente as várias facetas desse fenômeno, chamado de "experiência fora do corpo". "Outra experiência notável é narrada pelo Dr. Hiroshi Motoyama, eleito pela UNESCO como um dos dez parapsicólogos mais importantes do mundo e autor de um dos melhores livros sobre "chacras", publicado no Brasil; "Teoria dos Chacras - Ponte para a Consciência Superior":

"Depois de praticar ioga de seis meses a uma ano, uma luz dourada brilhante começou a entrar e sair de meu corpo pelo alto da cabeça, e senti como se este ponto tivesse se alongado de dez a vinte centímetros. Na dimensão astral, não na física, notei um vulto que parecia a cabeça de Buda, brilhando nas cores violeta e azul, apoiado em cima de minha própria cabeça. Havia uma luz dourada-clara que entrava e saía pelo alto da coroa de Buda. Fui gradualmente perdendo a sensação do meu corpo, porém continuava com a perfeita percepção de consciência, e também de superconsciência. Pude ver meu próprio espírito elevando-se, saindo de meu corpo pelo alto da cabeça, a fim de ser revigorado nos Céus. Tornei-me capaz de ouvir uma Voz poderosa, mas muito terna, ressoar pelo Universo. Enquanto escutava essa Voz, compreendi espontaneamente minha missão, minhas vidas anteriores, meu próprio estado de espírito, e muitas outras coisas. Em seguida, senti um estado de fato indescritível; toda minha existência espiritual ficou como que inteiramente imersa numa serenidade extraordinária. Após algum tempo, senti que era imperativo voltar ao mundo físico. Retornei pelo mesmo caminho, entrando pelo portão no alto de minha cabeça. Tive de inundar conscientemente todo o corpo com a energia espiritual, pois ele estava enregelado e todas as extremidades paralisadas. Afinal, consegui mover mãos e pés, e gradualmente fui retornando ao estado normal".

Outro exemplo digno de nota foi narrado pelo advogado e escritor Hamilton Prado, no seu livro "No Limiar do Mistério da Sobrevivência":

"Aliás, esses fenômenos se sucederam espaçadamente, permitindo-me fazer observações curiosas. A ocorrência deles dava-se sempre de madrugada, quando tudo era tranquilo e calmo. Sentia-me então acordado, sob a impressão de grande sensibilidade, e nesse estado foi que, de uma feita, me vi, de repente, perto de casa, deslizando próximo do chão e, como eu ouvisse vozes um pouco alteradas, enchi-me de medo e desejei voltar, o que fiz com facilidade, acordando imediatamente. De outra vez, surpreendi-me no corredor para o qual dava o meu quarto e aí, nesse corredor, caminhei, atravessando a porta dos fundos sem sentir e vi-me, assim, na área que existe sobre o quintal. Dessa área, olhei para o céu e, através das ramas de um abacateiro existente no quintal, vi, no alto, uma estrela. Com pleno conhecimento do meu estado, convencido de que estava em espírito, desejei alçar-me até aquela estrela, esforcei-me por fazê-lo e senti, realmente, erguer-me do solo, porém cheguei até as ramas do abacateiro e por mais que me esforçasse não fui além. Ao contrário, até, cansando-me com aquele esforço, recaí no lugar primitivo e em seguida acordei".

Igualmente, o escritor Ernesto Bozzano teceu diversos estudos sobre esta prática, reunidos no seu livro "Fenômenos de Bilocação":

"Quando me perguntava se estaria acordado ou não, de repente tive a consciência de me dividir em dois seres distintos, e foi a "força" em apreço que produziu o fenômeno. Um dos dois seres jazia inerte sobre o divã; o outro estava livre e se deslocava num círculo restrito, donde podia, à vontade, contemplar o segundo. Entre ambos existia uma "força elástica" que impediu o rompimento do laço que os unia. À vontade podia eu obter que o ser, diante de mim, se estendesse no chão ou circulasse no quarto, a pouca distância do outro. Quando a distância entre ambos atingia certo limite, a "força elástica", que os unia, se estirava.

Esse fenômeno de "desdobramento" durou mais de cinco minutos. Em seguida pareceu começar a fusão dos dois seres, à qual eu resistia, percebendo poder impedi-lo à vontade. Finalmente, por curiosidade, para saber o que poderia acontecer, deixei efetuar-se a união, que foi rápida, sem incidentes. De novo tentei então provocar a separação, mas a mesma "força" que, a princípio, havia paralisado os meus movimentos, agora me impedia de repetir o desdobramento". (255)

O Mago de Strovalos, também conhecido por Daskalos, na ilha de Chipre, praticava a EFC mais destinada aos processos de cura à distância e relatou que Jesus Cristo, além de dominar esta técnica, a tinha ensinado para seus apóstolos:

Essas lições; continuou Daskalos, vagarosamente, depois de uma pausa de poucos segundos, foram ensinadas pelo Mais Amado aos seus discípulos, embaixo das oliveiras no jardim de Gethsemani. Ele lhes ensinou exomatose, materialização, desmaterialização e muitos outros segredos. Na essência do Cristianismo não existe nenhuma barreira quanto ao conhecimento, embora padres vestido de preto tenham imposto limite e restrições. Nós, como pesquisadores da verdade, queremos saber através da razão, da investigação e da concentração. Levamos a sério o conselho de Cristo: "E a verdade vos libertará"." (82)

Esta informação pode ser comprovada no livro "O Caminho dos Essênios", do casal Anne e Daniel Meurouis - Givaudan:

" - Não explicareis estas coisas ao povo - disse o Mestre, como se tivesse lido nossa inquietação - Jamais volteis mais de uma página da revelação de uma só vez; há um tempo para tudo, um livro para cada um. Sabei falar de colheita com quem trabalha na vinha e nos campos. Falai de pesca a quem tem o barco e as ondas como seu único universo. Não basta saber, é preciso saber calar. Não para dissimular, mas para chegar ao essencial, evitando determinados horizontes que ainda poderiam assustar.

"Não receeis estas experiências. Elas vos farão chorar mais de alegria do que de medo. Vou praticar em vós a separação da consciência e da carne. Flutuareis sem ligação aparente e me seguireis". O Mestre pediu então silêncio absoluto e a mais completa imobilidade.

Tive então a impressão de que alguém tocava no côncavo do meu estômago e lentamente senti-me saindo do meu corpo. Pareceu-me esgueirar-me num cone translúcido e finalmente vi-me aspirada pelo topo do meu crânio. Tudo tinha acontecido com uma nitidez espantosa, com tal sensação de respirar... Eu podia ver meu corpo abaixo de mim. Parecia estar adormecido, numa semi-rigidez, com um sorriso nos lábios. Logo me dei conta de que meus companheiros tinham feito a mesma coisa: seus envoltórios estavam abandonados sobre a erva. Não passávamos de uns vinte corpos luminosos procurando estabilizar-nos nos ares, em torno de uma claridade prodigiosa: a claridade do Mestre".

O meu amigo Luiz Roberto Mattos, juiz da Justiça do Trabalho da Bahia, narrou suas projeções da consciência no seu ótimo livro " Sana Khan - Um Mestre no Além:

"De outra vez consegui produzir novamente todo o processo de relaxamento, senti a energia, o choque, o ruído na cabeça e fiquei inteiramente flutuando acima da cama, como um balão de gás. Estava lúcido, consciente, de olhos abertos, tendo uma visão do teto do meu quarto quando pensei: "vou ficar de pé", e lentamente fui me inclinando, pés para baixo e cabeça para cima, até ficar com os pés na altura do solo. Vi todo o meu quarto, que estava iluminado por uma fraca luz azul, creio eu, devia ser própria daquela outra dimensão, ou plano, cujas leis e fenômenos não devem ser exatamente iguais ao mundo físico no qual habitamos, com nosso corpo carnal. Olhava para todo o quarto, perplexo, porém eufórico, sem medo, quando deparei meu olhar com um corpo deitado, estirado, na minha cama. Jamais me esquecerei daquela imagem, e jamais terei medo da morte. O que vi foi muito mais forte para minha filosofia de vida do que se tivesse visto a lua, pousado nela, ou se tivesse um contato com seres extraterrestres. Vi ali, deitado, aquilo que, até bastante pouco tempo, chamava de "eu". Era meu corpo. Reconheceria minha indumentária física mesmo em uma multidão, quanto mais ali, no meu quarto, na minha cama".

Outros casos surpreendentes, são os de presos que, através da projeção da consciência, conseguem ultrapassar as grades das penitenciárias e vivenciar a liberdade, por algumas horas diárias, como foi o caso narrado pelo americano Ed Morrel, condenado à prisão perpétua em San Quentin e libertado em 1909, no seu livro "The Twenty Fifth Man" (O Vigésimo Quinto Homem). Ele era, constantemente, obrigado a usar "camisa-de-força", como forma de tortura, que era tão apertada a ponto de causar-lhe asfixia; sendo que na sessão seguinte foi diferente, pois, enquanto jazia no chão da sua cela sofrendo dores lancinantes, sentiu a sua consciência abandonar, lentamente, o seu corpo físico e flutuar em liberdade, para fora das paredes da prisão. Livre da angústia e do estrangulamento, experimentou a curiosa sensação de deslizar languidamente "para o mundo exterior vivo e arejado". E, sempre que "regressava" à sua cela, sentia-se descansado e recuperado.

Este fato verídico serviu de base para o livro "O Andarilho das Estrelas", do jornalista Jack London, escrito em 1913:

"Um homem descobre o meio de escapar à tortura da camisa-de-força a que é constantemente submetido na penitenciária de San Quentin.

Usando a auto-hipsone, a concentração mental e o domínio da vontade, ele consegue produzir o fenômemo parapsicológico do "desdobramento", que os místicos chamam de "viagem astral". Nesse estado alterado de consciência, não mais sente o sofrimento e consegue ainda despertar a memória de suas vidas passadas, suas encarnações anteriores".

Temos um caso parecido em Salvador, na Penitenciária Lemos Brito, narrado por Cláudio Costa, no seu livro "Evolução em Cadeia". A publicação é um depoimento sistematizado de como é possível "melhorar de vida", ainda que quando vivida em condições tão adversas e desumanas quanto as encontradas na prisão. O contato com a Projeciologia, ciência que estuda as vivências da consciência fora do corpo físico, aconteceu quando ele já estava, há três anos, cumprindo pena em uma delegacia policial de Camaçari, Bahia. Por ironia do destino, a Projeciologia, que mudaria sua vida, caiu-lhe nas mãos, quando ele passou a experimentar o que chama de "aprendizado grupocármico". Cláudio, afinal, estava, então, atrás das mesmas grades onde, antes, como membro da Divisão de Sequestro da Corporação, encarcerava, segundo ele, "quase nunca sem sentir piedade":

"Projeto. O Projeto Crisálida nasceu das vivências extraídas do meu labcon ou laboratório consciencial, na condição de presidiário e precursor da prática da Tenepes em Instituição Total.

Finalidade. Tem por finalidade implantar a tarefa nos Presídios e Casas de Detenção, levando a proposta da recexibilidade aos presos que atendam às especificações traforistas exigidas pela prática-assistencial-vitalícia.

Professor. O Professor Conscienciólogo, na prática do maxifraternismo e da assistencialidade, reunirá esforços para levar as Verdades Relativas de Ponta aos que desejarem redirecionar suas planilhas existenciais...

Escolaridade. Recentes pesquisas apontam que 70% dos presidiários no Brasil são analfabetos, 17% mal completaram o primário, 9% ingressaram no primeiro grau, 3% cursaram o segundo grau e apenas 1% chegou à faculdade; concluindo que a grande maioria dos delinquentes são pobres e incultos.

Sectarismo. A catequese e desinformação que são mantidas e incentivadas pelos diversos segmentos religiosos que se instalam dentro dos presídios, fazem parte do quadro desfavorável ao sucesso do Projeto".

A médica e professora do IIPC-RJ, Glória Thiago, narrou sua primeira projeção lúcida no seu livro "Vivendo em Múltiplas Dimensões":

"Senti sonolência e deitei-me após alguns exercícios de circulação de energia. Em decúbito dorsal, vi quando se instalaram o balonamento (sensação de inflar e tornar-se leve como um balão), o entorpecimento do corpo e o zumbido forte no crânio. Percebi que podia sair do corpo e concentrei o pensamento nessa idéia. O zumbido craniano aumentou e deslizei um pouco para o alto e para a direita, mas tendo a impressão de continuar presa ao soma, como que colada a ele. Visualizei as paredes do quarto, o guarda-roupa, à direita, registrando a sensação de estar imprensada contra sua superfície.

Os dois veículos descoincidentes (separados um do outro) pelo deslocamento do psicossoma para a direita e ligeiramente acima do soma, mantendo um alinhamento paralelo com ele. Tratava-se de uma minidescoincidência lateral do psicossoma.

Os movimentos eram muito lentos e pesados. Do ângulo em que olhava, podia observar a linha de contorno de minha face, o perfil do nariz e os gestos executados pelo parabraço sobre eles a poucos centímetros do meu ponto de observação, o que me forneceu a imagem e o momento preciso da ação executada. Percebi certa tensão e o psicossoma foi puxado de volta para o soma. Corpo físico e psicossoma voltaram a se encaixar um no outro."

Para facilitar, ainda mais, o entendimento do amigo leitor, gostaria de recomendar que assistisse ao filme autobiográfico da atriz americana Shirley Maclaine, no vídeo "Minhas Vidas", que além de abordar a temática de regressões às vidas passadas; contém a mais bela e didática demonstração de uma "viagem astral" num filme; cuja descrição passo a transcrever, parcialmente, a seguir:

"A chama da vela lentamente se fundiu no espaço da minha mente. Senti outra vez que eu me tornava a própria chama. Não tinha braços, não tinha pernas, não tinha corpo, não tinha forma física. Tornei-me o espaço em minha mente. Senti-me fluir para o espaço, povoá-lo, flutuar para fora, saindo do corpo e subindo. Estava consciente de que o corpo permanecia na água. Olhei para baixo e o vi. Davi estava ao lado. Meu espírito, mente ou alma, o que quer que fosse, foi subindo pelo espaço, cada vez mais alto. Atravessou o teto e pairou acima do rio, ao crepúsculo. Sentia que estava voando literalmente... não, voar não era a palavra certa... era mais gentil do que isso... flutuar parecia uma palavra mais apropriada... flutuar cada vez mais alto, até que podia contemplar as montanhas, a paisagem lá embaixo, reconhecendo o que vira durante o dia.

E ligado ao meu corpo havia um cordão prateado muito fino, que permanecia preso ao corpo, ainda na água. Não era um sonho. Eu estava consciente de tudo. Estava consciente até de que queria me elevar ainda mais. Estava consciente de que não queria me elevar para muito longe do meu corpo. Sentia-me indiscutivelmente ligada ao corpo. Mas era certo que sentia duas formas... a forma do corpo lá embaixo e a forma do espírito que se elevava." (260)

Outra experiência clássica de projeção foi relatada pelo renomado escritor inglês, Paul Brunton, no seu livro "Egito Secreto", quando ficou durante toda a noite dentro da Câmara do Rei, da pirâmide de Queóps; tendo encontrado espíritos de sacerdotes que induziram sua vivência:

"Tinha certeza de que todas as minhas sensações eram consequências da migração do espírito de vida física às regiões do Além-túmulo, e qualquer resistência seria vã.

Por último, minha consciência concentrada se confina apenas na cabeça e houve no meu cérebro um tremendo redemoinho final, tive a impressão de que um tufão tropical me arrastava, lançando-me em seu rodopio no ar. Um temor momentâneo apoderou-se de mim. Senti-me lançado no espaço infinito, voando para o desconhecido. Estava LIVRE!

Nenhum outro termo poderia expressar o delicioso sentimento de liberdade absoluta que me saturou. Transformei-me num ser mental, num ente cujas sensações e pensamentos estavam livres dos entraves do corpo de matéria inerte em que estava fechado. Despedindo do meu invólucro carnal, como um fantasma do seu sepulcro, sem todavia, nenhuma obnubilação de consciência; pelo contrário, estava ciente de mim mesmo e essa sensação era muito mais forte que dantes. E, além do mais, depois de haver passado aquela migração de um estado para outro, e de ter ficado em quarta dimensão, proporcionou-me um sentimento de felicidade, senti-me livre terminantemente, bem-aventuradamente, LIVRE.

A princípio, vi-me estendido na mesma posição horizontal do corpo que acabava de deixar, flutuando acima do sarcófago. Depois, tive a impressão de que mão invisível me fazia girar verticalmente até por-me de pé. E, finalmente, experimentei a curiosa sensação estar simultaneamente de pé e flutuando."

Este caso me faz lembrar, que estivemos nesta mesma Câmara do Rei, eu e Tânia, realizando uma cerimônia de iniciação, na pirâmide de Queóps, no Cairo, Egito, em outubro/93, quando participava de uma excursão mística da Ordem Rosa Cruz. Éramos um grupo de 120 pessoas, em três ônibus, excurssionando por locais sagrados do Egito, Israel e Turquia. Na Câmara do rei, após a cerimônia com cerca de 50 pessoas, estava muito quente e a ventilação era quase nenhuma.

Repentinamente, Tânia começou a emitir o mantra da criação do Universo "OM" e todos nós a seguimos e fizemos, enfim, um coral belíssimo de pura energia e amor, saímos de lá em êxtase espiritual. Sugiro que sempre que o leitor esteja em qualquer lugar sagrado, procure sentir, a vibração do local e se harmonize com ela, para tirar o máximo de proveito daquela experiência. Naquela viagem, em Israel, também peregrinamos pelos locais relacionados à vida do mestre Jesus Cristo. Para finalizar esta parte de estudo dos casos práticos de EFC, gostaria de contar minha primeira experiência de projeção da consciência, ocorrida há cerca de 11 anos, quando eu estava passando o final de semana no apartamento da minha noiva e atual esposa Tânia.

Após ter lido com toda a atenção, numa única tarde de sábado chuvosa, o ótimo livro de Chico Xavier e Waldo Vieira, "Mecanismos da Mediunidade", fiquei impressionado com o Capítulo XXI - Desdobramento; pois, pela primeira vez, estava tendo contato com aquele tema e naquela mesma noite, resolvi tentar uma projeção voluntária.

Mentalmente, coloquei-me à disposição dos espíritos amparadores, deitado e imaginei-me flutuando. Fui ficando, cada vez mais leve, após ter orado e pedido a assistência da espiritualidade nesta tentativa de projeção e, aos poucos, fui sentindo um alargamento do meu corpo (Balonnement), vibrações energéticas (estado vibracional), arrepios e passei a escutar o meu próprio ronco, como se fosse o ronco de alguém muito próximo de mim. Então pensei, já sai do corpo!. Como era uma noite chuvosa com raios e relâmpagos, comecei a ficar com medo, ao escutar sons estranhos dentro da minha cabeça (sons intracranianos) e mentalmente gritava para Tânia me puxar para baixo. Via o corpo dela deitado e agarrava sua mão sem conseguir tocá-la e sem que ela ouvisse nada. Paulatinamente, eu fui retornando ao meu corpo físico. Com meu interesse desperto por esta experiência, passei a estudar o assunto com dedicação e afinco, lendo vários livros, praticando as técnicas ensinadas e participando de dezenas de seminários sobre EFC; até o dia que consegui uma projeção lúcida, tendo flutuado sobre meu corpo físico, no meu quarto de dormir, quando senti um puxão forte e, novamente, encaixei dentro do meu corpo deitado na cama.


PROJEÇÃO ASSISTENCIAL

Muitas vezes, a projeção tem unicamente um caráter assistencial; porquanto, em razão de estarmos encarnados, temos um nível de energia mais densa, muito útil na assistência extrafísica, útil para dar passes em doentes, auxiliar o desenlace do duplo etérico quando do desencarne de vítimas de acidentes fatais do trânsito, etc., o médico e sensitivo Waldo Vieira, por exemplo, no seu livro "Projeções da Consciência" narra um exemplo típico de projeção com fins assistenciais:

"Ao trocar mensagens mentais com ele, explicou-me rapidamente fazer o trabalho de rotina assistindo aos necessitados. À noite, a tarefa especializada torna-se intensa junto com a equipe, porque os desencarnados, em especial os doentes, entram em contato direto com os encarnados que dormem. Cada servidor, naquele serviço, dispõe de área definida de atendimento.

O médico revelou-me os planos de ampliar assistência com o emprego de outros companheiros desencarnados, constituindo maior brigada assistencial, trabalhando principalmente à noite, em local próprio, numa das travessas mal iluminadas e sem movimento, onde centralizará o atendimento.

O serviço não parecia muito simples. A partir das sete da noite, quando começa o período diário de maiores angústias, buscam minorar as depressões, desesperos, tristezas, carências, dúvidas, mágoas, ressentimentos, a solidão maior e as relações desestruturadas dos habitantes da cidade grande.

Afirmou-me que o aspecto menos agradável era o das criaturas que se recusam ser assistidas, tanto encarnadas quanto desencarnadas e, às vezes, nem desejam ser abordadas, repelindo os assistentes espirituais. O trabalho assistencial, bem mais complexo do que parecia, funciona buscando entrosamento com os núcleos policiais, prontos-socorros, hospitais, templos diversos, Exército da Salvação, Centro de Valorização da Vida, Associação dos Alcoólicos Anônimos e outras equipes de finalidades assistenciais.

Deduz-se daí que a cidade toda deve ter serviço semelhante, bem como outras localidades, especialmente as grandes metrópoles.

Antes de se despedir, calmamente pareceu concentrar-se e ofereceu-me pequeno recado com exercício de fixação mental, mais ou menos nos termos transcritos a seguir, visando à assistência ideal.

"Todo ato de assistência social, por menor que seja, significa fraternidade, revela-se produtivo e merece louvor. Melhor um tipo qualquer de assistência humana do que nenhum. Contudo, a assistência social ideal tem características universalistas próprias inconfundíveis.

Não apresenta caráter oficial, sendo espontânea.

Não visa deduções de impostos, nem sindica a aplicação da doação. Não demonstra rótulo profissional nem fim profissionalizante. Não alimenta segundas intenções proselitistas ou políticas. Não defende a imagem pessoal nem cultiva mitos. Não incentiva a segregação de espécie alguma.

Não se restringe por preconceito nenhum. Não espera gratidão, nem aspira entendimento do público."

O ilustre Daskalos, mago grego da ilha de Chipre, também utiliza a "EFC - Experiência Fora do Corpo" para fins terapêuticos:

"- Daskalos afirma que ele pode sair do corpo e viajar para outras partes do mundo. Você também é capaz de fazer isso?

- Sou. Por exemplo, durante a guerra do Líbano,costumávamos patrulhar a área e imprimir coragem aos feridos. Um dia acordei muito aflito. Havia ocorrido um tremor de terra, creio que na Romênia, e eu podia ver os corpos sob os escombros. Coloquei dentro da mente das turmas de resgate sugestões para que procurassem sobreviventes em determinados lugares a fim de desenterrar as pessoas soterradas. Recordo-me também de casos em que consegui realizar curas a partir do plano psíquico.

- Como pode fazer isso?
- Consideremos a hipótese de uma pessoa doente vir me procurar. Tento curá-la. Mais tarde, através da exomatose, eu a visito e continuo o tratamento. A primeira vez que passei pela experiência extracorpórea - comentou Iacovos - eu tremia quando voltei ao meu corpo. Porque quando o corpo psiconoético volta ao corpo físico, o sistema nervoso encontra-se em estado de hipertensão. O tremor resulta do contato entre os dois corpos. Com o tempo consegui controlar esse tremor.
- Um cordão prateado - disse Iacovos - liga o corpo material ao corpo psiconoético. Uma das maneiras de distinguir se o ser humano, que encontramos nos planos psiconoéticos, vive também uma vida material é ver se essa pessoa tem um cordão prateado. Se não tiver significa que está "morta" e vive somente com seu corpo psiconoético."

O médico e pesquisador José Lacerda Azevedo, foi o principal criador e divulgador da "Apometria", palavra originada do grego "Apó", preposição que significa "fora ou além de", e "Metron", relativo à medida; ou seja, é o desdobramento com finalidades terapêuticas, muito bem exemplificado pelo seu colega, Dr. Vitor Ronaldo Costa, no seu livro "Apometria Novos Horizontes da Medicina Espiritual":

"Demonstrando sua excelência como técnica magnética de desdobramento do perispírito, método eficaz de desenvolvimento das qualidades anímico - mediúnicas, recurso eficiente de diagnóstico e tratamento dos distúrbios espirituais e, por fim, exprimindo-se como dadivosa oportunidade de auxílio em larga escala aos espíritos sofredores, aos poucos, ela será absorvida pelo Aspecto Científico do Espiritismo, em virtude de sua excelência, sobretudo, por se tratar de providencial recurso dispensador da caridade pura.

Em decorrência, a satisfatória atuação da Apometria na investigação das patologias psíquicas, revelando, inclusive, novas síndromes espirituais e a otimização, a bem dizer, de sua eficiente ação terapêutica, fará com que o seu emprego seja urgentemente requerido, pelos companheiros que labutam na assistência espiritual aos doentes internados, na intimidade dos nossos Hospitais Espíritas.

Pelo tempo que estivemos ligados aos Hospitais de Psiquiatria, observando e comparando a evolução dos enfermos submetidos às mais variadas formas de tratamento, chegamos à seguinte conclusão:

As patologias mentais, que se destacam pela gravidade dos sintomas, respondem melhor ao tratamento apométrico.

Tivemos a chance de acompanhar centenas de casos, considerados gravíssimos pelos especialistas, regredirem satisfatoriamente, quando beneficiados pelo emprego da Apometria, culminando com a cura total de vários deles, para surpresa dos distintos colegas psiquiatras."

Nesta mesma linha de trabalho assistencial através do desdobramento ou projeção da consciência, o médium João Berbel, nos aprofunda no conhecimento da "Apometria", sob a orientação dos espíritos desencarnados; Eurípedes Barsanulfo, Padre Miguel de Alcântara e o médico Ismael Alonso Y Alonso:

"Nos trabalhos de cura por apometria, quando o médium se desdobra perispiritualmente, como é que o Médico do Além pode agir aproveitando esse seu especial estado fluídico?

Através de uma energia sobre a qual já temos falado.

Quando o espírito se desdobra, ligado à matéria pelo cordão fluídico do perispírito - corpo fluídico intermediário entre o espírito e o corpo físico -, viajam também todos os fluidos magnéticos de que nos valemos para atuar na efetivação da cura das criaturas.

Nos trabalhos à distância, vemos a ausência de fluídos das pessoas enfermas e temos a mesma utilização de fluídos, onde trabalha-se com eles essencialmente e onde o médium é apenas um veículo, de cujo magnetismo se servem os espíritos para aliviar uma criatura que padece num leito de dor.

Repetimos que, quando há esse desdobramento apométrico específico para as curas à distância, o médium leva consigo também os seus fluíos e com eles os espíritos laborarão um trabalho tantas vezes com mais eficiência e resultado de cura, do que se o médium estivesse ali em presença carnal. Porque trabalha-se aí com fluídos. Muitas vezes, no nosso trabalho, quando necessitamos promover uma cura e a fonte do magnetismo do médium vai-se esgotando, ocasionando a queda das vibrações, então buscamos nas redondezas uma criatura dormindo, para que com ela façamos uma ponte apométrica de cura, trabalhando fluídos com a capacidade de aliviar a dor do semelhante.

Nos trabalhos de cura à distância que o irmão realiza, com o desprendimento espiritual do médium, é feita uma corrente com uma bateria de médiuns ligados às pessoas que mentalizam os enfermos necessitados. O irmão poderia dar detalhes desse processo de disposição dos médiuns e da maneira como usa as correntes nas viagens de cura?

Quando reunimo-nos para esse trabalho, colocamos sentadas as pessoas que irão mentalizar os enfermos que bem conhecem. De pé dispomos outras pessoas auxiliares que colocarão as suas mãos sobre a cabeça daquelas. Pedimos que uma ou duas pessoas façam sustentação. Primeiramente estará sendo adquirida a energia vital, através do contato de um corpo ao outro. Uma bateria energética. Fazemos a corrente. Solicitando que aquelas pessoas mentalizem fortemente as criaturas enfermadas. Colocamos um médium em concentração, apenas para que dele retiremos o fluido magnético de que necessitamos.

Viajamos então através da corrente mental de cada criatura que está a mentalizar o enfermo.

Chegaremos onde estiver o necessitado, às vezes noutros estados, noutros países, porque para o espírito realmente não há distância: onde o pensamento alcança, também o espírito alcança. Quanto mais pessoas nessa corrente, melhor o resultado. A importância desse trabalho está em atender as criaturas que nos solicitam um trabalho à distância, preocupadas em socorrer amigos ou familiares impossibilitados de locomoção até o local dos trabalhos, ou que por esta ou aquela razão não possam estar presentes.

Que os médiuns agindo por esse trabalho de apometria saibam o que estão fazendo, que tenham plena consciência desse processo e de seu alcance. E também que as pessoas envolvidas, à distância, o saibam. Porque, muitas vezes, seguindo o pensamento das pessoas em mentalização, encontramos aqueles irmãos alvo do nosso socorro participando de festas, ou comendo, ou bebendo. Assim, perdemos completamente as condições benéficas de ativar o nosso estágio em auxilio as criaturas que nos solicitaram ajuda; retornamos de uma viagem que tomou-nos inutilmente o tempo, que deverá ser empregado com outra criatura mais a postos, mais sintonizada na condição de melhor receber o nosso auxílio."

Uma outra variação do desdobramento assistencial é a denominada "Tenepes - Tarefa Energética Pessoal", que é a transmissão de energias terapêuticas, ou "passes para o escuro", através de espíritos amparadores, tão bem descrita pelo sensitivo Waldo Vieira:

"Os parabraços e as paramãos do psicossoma do praticante da Tenepes são os aspersores energéticos, sob o comando real, perceptível, e inconfundível, do amparador, o verdadeiro transmissor da energia consciencial básica...

A Tenepes se desenvolve através de três consciências entrosadas: 1. Praticante. A conscin praticante (adulta, homem ou mulher) da Tenepes; 2. Amparador. A consciex ou o amparador (ou amparadores), com paravisuais de homem ou de mulher.

Ele também é o autor do livro "Uma Visão Holística do Direito".

Obs. Um capítulo desse livro (sobre expansão da consciência) também estará disponibilizado (com autorização de seu autor) nessa mesma seção de nosso site.

Em relação ao seu trabalho, Sérgio enviou-nos dois artigos que rep

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