104 - MAGIA E ÉTICA

As leis de causa e efeito são bem reais. Mas, agir só por medo da lei de retorno é sempre uma forma de condicionamento. Dentro do bom senso que todos procuramos, precisamos abstermo-nos de qualquer ação maléfica na intenção de alguém, não por medo das leis de causa e efeito, mas simplesmente porque isso já não cabe mais como atitude sadia dentro de nós mesmos. E os primeiros prejudicados com qualquer ação deletéria somos nós mesmos, afinal somos o resultado exato de tudo aquilo que geramos na existência.

Da mesma forma, precisamos ampliar tudo aquilo que é benéfico, seja para nós mesmos ou para os outros, não por esperar alguma recompensa celeste, mas somente porque "é bom pra caramba fazer alguma coisa legal!"

Quando o coração está aceso, as dúvidas desaparecem. Você sabe, pois a luz guia seus passos. Não é o ego que conduz suas ações (aliás, o ego odeia quando o coração está aceso), é o amor! E é ele que faz a sintonia acontecer.

* * *

Muitas pessoas dizem que as influências negativas são causadas por elementais, mas o motivo disso, pura camuflagem esotérica, é apenas negar a ação dos espíritos (acho que muitas pessoas têm medo de serem confundidas espiritualmente com parâmetros de outras doutrinas) sobre alguém. Inclusive, já vi casos em que o espírito tomava a forma de um elemental para enganar as pessoas (muito embora muitos, usando parâmetros esotéricos antiquados, digam que são os elementais que tomam formas de espíritos para enganar as pessoas). Oportunamente, contarei um caso desses. Já vi muitos elementais, tanto naturais quanto artificiais, e sua ação quando sob o efeito de um mago trevoso é bem diferente da ação maléfica dos espíritos.

Não sei se você já viu pela clarividência a aura de alguém vitimado por um processo de magia trevosa. Parece "piche" agarrado nos chacras. E, muitas vezes aderidos nos próprios centros vitais, "pencas de espíritos densos", nutrindo-se energeticamente da pessoa. Já ajudei muitas pessoas assim ao longo da vida e os espíritos vêm em cima querendo vingança. Por isso, é necessário muito discernimento e compaixão para lidar com uma coisa dessas. Lembrando também, que os próprios espíritos densos são nossos companheiros de evolução e estão cheios de luz interna, apenas recoberta por uma capa de ódio que os faz tomar atitudes deletérias.

Qualquer clarividente razoavelmente esclarecido, sabe bem o que é a energia pesada gerada pelas egrégoras do ódio e procura sempre vibrar o máximo de luz a favor das egrégoras luminosas, não para competir com elas e nem para falar de bem e mal (sempre relativos, de acordo com o enfoque de cada um), mas para colaborar com o plano da evolução, que sempre chama a todos os seres para o progresso infinito. Tudo aquilo que prejudique alguém é contra a ética do viver, por isso as inevitáveis repercussões das leis de causa e efeito, tão estudadas por muitos, mas tão relegadas por conceitos teóricos demais.

Em razão do tema, só posso dizer que a COMPAIXÃO (falo da compaixão mesmo, e não de melecas religiosas ou místicas sem consistência ou mesmo de fantasias esotéricas ou espirituais) dilue qualquer malefício. E, sinceramente, acho que as pessoas devem concentrar-se principalmente na magia da luz do coração. Quem anda com o sol do coração irradiando a luz da paz, do amor e da serenidade sobre os horizontes da vida, está fazendo uma bela magia: "a magia da sintonia com o divino em si mesmo".

Sobre encantamento, não conheço nada melhor do que aquele que a vida (física e extrafísica) faz conosco. A toda hora, a vida nos encanta com milhares de oportunidades de crescimento e evolução. Cabe a nós estarmos na sintonia e tirarmos as lições de cada experiência, sempre objetivando tudo aquilo que seja favorável à evolução de todos os seres. E que sejamos todos nós encantados pelos pensamentos claros, pelos sentimentos benignos e pelas energias luminosas em nossas ações.

Bem e mal são relativos, mas é melhor não prejudicar ninguém! Há leis de causa e efeito muito maiores do que nossos pequenos conceitos sobre tudo isso.

Como dizia o mestre Ramakrishna (séc. 19): " Enquanto não conseguir diluir o ego, transforma-o em ego servidor. É melhor fazer o bem, mesmo sob o prisma do ego, do que não fazer nada, o que também denota a ação do ego da inércia."

Bem e mal são relativos, mas nossas energias refletem o que pensamos, sentimos e fazemos uns com os outros. Por isso, o velho chavão: "a cada um segundo suas obras!"

Resumindo: precisamos amadurecer consciencialmente! Só então, seremos magos em verdade, pois nossa aura será um sol de amor. Seremos um centro irradiante de bem-aventurança e equilíbrio.

Bem e mal são relativos, mas o AMOR é bem real! Que ele possa encantar a todos nós.

Paz e luz!


- Wagner D. Borges -
São Paulo, 17 de março de 1999.
/*



Texto <104><04/04/1999>

Imprimir Email