1164 - TOQUES ESPIRITUAIS DO SÁBIO VYASA

Enquanto eu escutava música e pesquisava um material sobre Vedanta*, senti vontade de acender um incenso e tomar um chá. Fui para a cozinha e coloquei água para esquentar. Escolhi um incenso, acendi e fiquei esperando o chá ficar pronto.
Fechei os olhos para apreciar melhor o aroma do incenso e também para escutar os belos toques de piano do músico new age americano Michael Jones (CD "Sunscapes", que estava tocando no quarto do apartamento).
Subtamente, surgiu em minha tela mental a figura serena do sábio Vyasa sentado na posição de lótus. Pelo seu olhar, notei que ele queria passar-me uma mensagem.
Então, peguei o chá e o incenso aceso e sintonizei minha consciência com a dele.
O resultado dessa união interplanos são esses escritos que se seguem.
 
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"São poucos os novatos nos estudos espirituais. A maioria dos estudantes já estudou tais temas no passado, seja em outras vidas - ou mesmo nos períodos extrafísicos, entre as vidas -, apenas não se lembram conscientemente.
Os estudantes espirituais são semelhantes ao incenso que está aceso em seu ambiente neste momento: à medida em que vão queimando as diversas etapas de seu desenvolvimento, exalam o aroma do direcionamento que estiverem dando em suas vidas...
Alguns exalam o aroma do trabalho e do esforço consciente e determinado a que se propuseram. Outros, exalam o aroma da inércia e desperdiçam as chances de desenvolvimento que Brahman** concedeu-lhes na longa travessia dos mares das vidas sucessivas.
Alguns são como o chá quente e saboroso: são agradáveis e fazem bem a todos.
Outros, são semelhantes ao chá frio e sem sabor: sua insipidez consciencial não tem carisma, e carecem de calor espiritual.
Transitar pelas vias espirituais sem amor e determinação na caminhada é o mesmo que andar de olhos vendados por uma estrada cheia de pedregulhos e espinhos. Significa desvalorizar o quinhão de luz que o Supremo guardou em seus corações.
Alguns trabalhadores espirituais são protegidos por luzes secretas - que são projetadas em seu trabalho de forma sutil -, pelos mensageiros celestes que lhes protegem na jornada. Elas não são percebidas pelo mundo e, muitas vezes, nem mesmo pelos próprios companheiros de ideal espiritual.
Esse é o motivo pelo qual cada trabalhador envolvido seriamente em atividades espirituais, muitas vezes sofre as agruras da solidão. Sente-se carregando o peso de uma tarefa invisível que não pode dividir. E tem consciência de que é apenas um ser espiritual evoluindo por meio do trabalho e do estudo nos sítios da Terra.
O compromisso espiritual é valor interno de cada um. A lealdade é a guardiã de tal responsabilidade. O trabalho é o esforço, e a Luz é sua qualidade. Sem disciplina e organização, os melhores talentos se perdem.
Lucidez é fruto do esforço em despertar a consciência da inércia causada pela forte compressão de Maya***. E o Amor é o Sol do Samadhi****, que desponta no horizonte brilhante de quem espanta a escuridão do ego com o serviço digno na crosta do mundo insensato. 
Pela qualidade do aroma exalado escolhe-se o incenso. Da mesma forma, pela qualidade do aroma espiritual exalado pelo esforço do estudante, determina-se qual é o valor das luzes secretas que velarão por sua jornada.  
A leitura edificante, a meditação serena, a reflexão profunda e os bons objetivos são os companheiros ideais. O bom senso é vital.
Benditos sejam aqueles que caminharem com as luzes secretas projetadas em suas jornadas... O mundo não as verá, mas os mensageiros celestes conhecem a verdade oculta em todos os corações e sabem quem é leal aos compromissos assumidos perante a Espiritualidade. 
Que Brahman fortaleça aqueles que são dignos de portarem a Luz do Céu em sua viagem de serviço pela Terra.”
 
Om Tat Sat!*****
 
- Vyasa****** -
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges.)
 
- Notas:
* Vedanta - é um dos principais sistemas filosóficos da Índia. É baseado no Monismo (em sânscrito, Advaita), onde se afirma, categoricamente, que "TUDO É UM! TUDO É BRAHMAN!"
Os ensinamentos vedantinos são inspirados principalmente nos estudos dos Upanishads (a parte final dos Vedas, onde estão compilados os ensinamentos dos sábios hinduístas), e no Viveka Chuda Mani (célebre trabalho de Shankara - publicado no Séc. IX d. C.) 
** Brahman – do sânscrito - O Supremo; O Todo; Deus; O Pai-Mãe de todos.
*** Maya – do sânscrito - ilusão; tudo aquilo que é mutável, que está sujeito à transformação por diferenciação.
**** Samadhi – do sânscrito - expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
***** Om Tat Sat – do sânscrito - tríplice designação de Brahman. É um mantra evocativo dos três aspectos do divino na cosmogonia hinduísta: Brahma, Vishnu e Shiva. Pode ser usado como um mantra ativador dos chacras e também pode ocasionar estados alterados de consciência profundos durante a meditação.
****** Vyasa - é um iogue extrafísico que me orienta há muitas vidas. É um sábio espiritual que usa o nome iniciático do grande Vyasadeva, o autor do “Mahabharata”, célebre épico da antiguidade hindu. Os seus ensinamentos sempre priorizam o bom senso e o discernimento em todas as situações. Ele mesmo é um mestre sereno e sempre ensina que Brahman é o fim da saudade do amor.

Texto <1164><11/04/2012>

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