1275 - ESTESIA* – IV
(Prece – Beleza e Luz no Coração)
O Alto não compactua com nada que degrade a consciência – nem tem sintonia com a arrogância dos homens.
O Alto opera nas ondas do Amor Incondicional e, se o semelhante atrai o semelhante, somente as preces com sentimentos elevados conseguem a ressonância espiritual adequada.
O Alto não compactua com joguinhos de ego – nem com as chantagens emocionais perpetradas pelas pessoas em suas preces egoístas.
O Alto não patrocina nenhum tipo de dependência psíquica – nem arroubos de fanatismo religioso, onde alguém pode até dobrar os joelhos para rezar (mas, sem dobrar a crista do próprio ego, de que adianta?).
Por isso, as preces que chegam ao Céu são aquelas que brotam diretamente do coração, em Espírito e Verdade.
São as preces a favor do bem de toda humanidade.
São as preces que buscam a inspiração para lutar e superar as provas da vida.
São as preces de agradecimento ao Todo**, por tudo.
P.S.:
Orar sem alma e sem coração é algo da mente e seus esquemas ilusórios.
Oração verdadeira é coisa de alma para alma – do coração do Ser diretamente ao Coração do Todo, sem intermediários de espécie alguma.
Oração é comunhão espiritual.
Paz e Luz.
- Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 18 de julho de 2013.
- Notas:
* Estesia - capacidade de perceber sensações; sensibilidade; capacidade de perceber o sentimento da beleza.
** O Todo - expressão hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
Obs.: Para enriquecimento desses escritos, deixo na sequência a sua segunda parte.
ESTESIA* - II
Senhor, antes eu rezava como um mendigo espiritual.
Minhas preces brotavam do meu orgulho.
Eu não abria verdadeiramente o meu coração, apenas incomodava o Seu.
Eu não orava. Na verdade, intimava o Céu a me atender.
E Você, claro, sempre me levou na Sua Infinita Paciência...
Com o tempo, eu amadureci e mudei meu jeito.
Passei a orar porque me sentia bem comigo mesmo.
Já não pedia mais nada, só agradecia a existência.
Em meio à correria diária, eu tirava alguns momentos para entrar em meu coração. Bastavam alguns minutos, onde eu fechava os olhos e elevava meus pensamentos.
Então, eu me sentia em paz, só por lembrar-me de Você.
Antes, eu era duro. Mas o meu coração amoleceu nas ondas de um Amor que não sei explicar. Hoje, eu oro pelos outros e peço para que aconteça o melhor para a evolução de cada um.
Lembro-me do mendigo que outrora fui, e agradeço a Você, pela compreensão.
Meu Senhor, eu aprendi a lição: “Prece é Paz de Espírito!”
(Com Amor, admiração e agradecimento, dedico essas linhas ao grande poeta hindu Rabindranath Tagore**).
Paz e Luz.
- Wagner Borges –
São Paulo, 25 de fevereiro de 2009.
* Estesia - capacidade de perceber sensações; sensibilidade; capacidade de perceber o sentimento da beleza.
Obs.: As partes I e III desse texto podem ser acessadas no site do IPPB, nos seguintes endereços específicos:
** Rabindranath Tagore - escritor indiano, nasceu em Calcutá em 1861 e desencarnou em Bengala em 1941. Depois de educação tradicional na Índia, completou a formação na Inglaterra entre os anos de 1878 e 1880. Começou sua carreira poética com volumes de versos em língua bengali. Em 1913, recebeu o prêmio Nobel de literatura. Desde então, traduziu seus livros para o inglês, a fim de lhes garantir maior difusão. Em suas poesias, Tagore oferece ao mundo uma mensagem humanitária e universalista. Seu mais famoso volume de poesias é Gitânjali (Oferenda poética). Fundou, em 1901, uma escola de filosofia em Santiniketan, que, em 1921, foi transformada em universidade.
Texto <1275><31/07/2013>