1558 - HÁ ALGO MAIS... UM AMOR, UMA LUZ. - CXXIII*

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HÁ ALGO MAIS... UM AMOR, UMA LUZ. – CXXIII*
 
Amigo (a), você se lembra da sabedoria celta?
O alto das montanhas ainda o faz pensar na Presença que está em tudo?
Você continua escutando o Oran Mor** em seu coração?
O sussurro dos espíritos ainda causa ecos sutis em seus centros vitais?
 
Relembre...
Quando você “matou” o medo da morte em sua mente...
Quando os mestres lhe falaram sobre “vencer a si mesmo”...
Quando você foi iniciado (a) nas artes do bem e da Luz.
 
Relembre...
Quando na noite escura você viu o Sol surgindo em seu próprio peito...
Quando os seus olhos brilharam com o brilho da consciência cósmica...
Quando você reconheceu a Presença em todas as coisas e seres.
 
Relembre...
Do que lhe foi ensinado (a) sobre o fogo espiritual incinerando o seu ego...
Da Luz real que brilha além das luzes ilusórias da forma e do mundo...
Da Força do Amor transformando o seu coração e fazendo tudo valer a pena.
 
Relembre...
Quando os espíritos vieram na campina, em meio às brumas, e disseram-lhe algo...
Sim, algo mais... Um Amor, Uma Luz.
Quando você riu e dançou com eles em nome da Casa das Estrelas.
 
Relembre...
Quantas vezes você olhou para o céu e se perguntou se havia vida além...
Quantas vezes o seu coração sentiu algo que não se explicava...
Quantas vezes você fitou os olhos de alguém e viu mais do que o olhar comum.
 
Relembre...
Quando o Vento do Eterno tocou o seu rosto...
Quando você se tornou criança diante do infinito...
Quando você se “assombrou” com a Presença!***
 
Relembre...
Há algo mais...
Um Amor e uma Luz.
Pois a vida continua...
 
P.S.:
Amigo (a), a Presença só fala ao Ser na linguagem do espírito.
Então, as grandes ondas do Oceano da Vida chegam às praias do seu coração...
E novamente ele ouve o Oran Mor.
Ah, relembre...
Quando você via o infinito na palma de sua mão.
Quando os seus olhos eram igual diamante.
Quando você dizia, “que assombro!”
Relembre...
Paz e Luz****.
 
- Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 3 de abril de 2017.
 
- Notas:
* Esse texto fará parte do segundo volume do livro “Há Algo Mais... Um Amor, Uma Luz”.
Obs.: o primeiro volume do livro está disponibilizado para download gratuito no site do IPPB, no seguinte link:
** Oran Mor, traduzido como “A Grande Melodia”, é o que existe de mais próximo sobre o mito da criação celta. Diz-se que o Oran Mor começou no silêncio, quando nada existia ainda. Depois a canção começou. A vida foi tocada na existência, e a melodia continuou desde então, para aqueles que a ouvem...
*** A Presença – metáfora celta para o Todo que está em tudo. Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: “Isso é um assombro!”
E assim era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da Natureza e do ser humano. Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria do sorriso do filho, ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos. Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a PRESENÇA que anima a Natureza e os seres. Se a luz da vida era um assombro de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa grandiosidade. Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro! E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a Natureza eram expressões maravilhosas dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a dizerem: “Que assombro!”
Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o “terno assombro” que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo. E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegisto, que dizia no antigo Egito: “O TODO está em tudo! O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração”.
O TODO ou A PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê. O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e poder dizer, de coração: “Caramba, que assombro!”
**** Enquanto eu passava a limpo essas linhas, rolava aqui no meu som uma coletânea de músicas da vocalista inglesa Kate Bush. Então, deixo, na sequência, os links do Youtube para as cinco canções que mais gosto dela.
Kate Bush:
- Gaelic Song” - 
- "Moments of Pleasure" -
-“And Dreams of Sheep” - 
- "Running Up That Hill" - 
- "Wow" - 
  
Obs.: Finalizando esse texto, lembrei-me de Sry Aurobindo. Então, na sequência, para enriquecer esses escritos de hoje, posto um pouquinho da sabedoria desse que foi um dos maiores mestres da Índia moderna, e por quem tenho grande admiração.
 
FORMA
 
Ó adorador do Infinito sem forma...
Não rejeites a forma, é Ele quem vive nela.
Cada finito é essa Infinitude...
Sua velada Alma de puro deleite entesourada.
A Forma, em seu coração de recôndito silêncio... 
Esconde o significado de Seu mistério. 
A Forma é a morada assombrosa da Eternidade...
Uma caverna do imortal Eremita
Há uma beleza nas profundezas ale Deus... 
Há um milagre do Maravilhoso...
Que constrói o universo para sua habitação. 
O Uno, em Sua glória inumerável...
Explodindo em forma e cor como uma rosa...
Compele as grandes pétalas do mundo a se abrirem.
 
- Sry Aurobindo -
(Texto extraído do excelente livro "A Sabedoria de Sry Aurobindo" - Editora Shakti.)
 

Texto <1558><16/04/2017>

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