57 - DIÁLOGOS II

O sábio Vasishta disse a Rama:

- Querido Príncipe, olhe além dos elementos primários e veja a luz estelar dentro da pedra. Use sua percepção espiritual e perceba o sol dentro de seu coração. Não há um só lugar onde o Todo penetrante não esteja interpenetrado. Tudo é Ele! Cada ser, Seu avatar. Luz das luzes, Ele é essência de suas virtudes.

Nobre Rama, acenda o fogo do discernimento e espalhe sua luz sobre os homens da Terra. Cumpra sua missão e resgate a alma dos homens das trevas do ego.

E assim, segundo a tradição espiritual, duas estrelas se desprenderam da abóboda celeste em diração à Terra. Uma era Rama; a outra, Hanuman.

Desde então, cada espiritualista dedicado ao Bem dos homens passou a ser protegido espiritualmente pela virtude de Rama e a força de Hanuman.

Que cada trabalhador espiritual saiba disso, sinta-se protegido e fique firme no cumprimento de suas tarefas existenciais.

OM TAT SAT!

* * *

Tulku perguntou ao sábio tibetano Padmasambhava:

- O Senhor é mestre de vajra (diamante). Por favor, poderia ensinar-me sobre a natureza da Paz?

O sábio verteu intensa compaixão pelo olhar e disse a Tulku:

- Da mesma forma que os dedos seguram os objetos, o ego segura as emoções, e sua ação de apego causa intensa constrição energética. Por isso, o Senhor Buda ensinou: "Apego sensorial é escravidão! É fator que leva a consciência para a miséria espiritual."

Só a paz profunda do coração é capaz de dissolver a agitação da mente. Deslize a atenção para o centro do coração espiritual e descanse na suavidade da Paz. Deixe a ansiedade da mente sozinha e mergulhe no centro de sua própria luz. Visualize uma terna energia cor de vinho ou rosa espalhando-se pela área interna do peito. Medite na compaixão sem fronteiras. Sinta-se uma jóia de alegria e brilhe, meu amigo.

Inunde todo seu ser com milhões de sorrisos.

Tulku, a ilusão é senhora do mundo e a dor é sua filha dileta.

Se em meio ao caos das sombras do ego, a jóia da compaixão sorrir em seu peito, a paz imperturbável diluirá a ilusão de seus sentidos e libertará o Buda que mora nas entranhas de suas energias. E você será livre, caro amigo. Livre para amar, sorrir e ser pura paz em ação suave.

A seguir, Tulku perguntou-lhe:

- Ensine-me algo sobre o mantra de Avalokitesvara (OM MANI PADME HUM).

Respondeu-lhe Padmasambhava:

- O mantra OM MANI PADME HUM é só compaixão! Não há muito que explicar, só sentir.

Música e mantras renovam as energias do coração.

Medite, meu amigo: "A paz do Buda é imponderável."


- Wagner Borges -
São Paulo, 09/09/98
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Texto <57><08/10/1998>

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