LOUCO DE AMOR
- Por Frank -
"Ele não tinha asas, não que eu as tenha visto. Nem parecia com a gente, acho que nem rosto ele tinha. Ele era apenas luz", dizia o homem enquanto uma multidão ouvia suas palavras.
- Tem certeza que o que você viu não foi o farol do caminhão que o atropelou e lhe deixou doido? - disse uma das pessoas na multidão, levando boa parte dos ouvintes à risada.
“Não, amigo. Não foi um caminhão que me atropelou. Eu fui atropelado pelo amor.”
"Ele não tinha asas, não que eu as tenha visto. Nem parecia com a gente, acho que nem rosto ele tinha. Ele era apenas luz", dizia o homem enquanto uma multidão ouvia suas palavras.
- Tem certeza que o que você viu não foi o farol do caminhão que o atropelou e lhe deixou doido? - disse uma das pessoas na multidão, levando boa parte dos ouvintes à risada.
“Não, amigo. Não foi um caminhão que me atropelou. Eu fui atropelado pelo amor.”
Eu estava caminhando pelo Hyde Park em meu horário de almoço, quando resolvi ouvir os loucos da Esquina dos Palestrantes ( Speaker´s Corner), um lugarzinho do parque onde qualquer um sobe num banquinho e faz sua palestra, seu discurso ou sua pregação para quem quiser ouvir. Os palestrantes levam realmente a sério o que fazem, e precisam disputar os ouvintes aos gritos, uma vez que, às vezes, há mais gente falando do que escutando.
O que se vê é um desfile dos tipos mais absurdos falando dos assuntos mais loucos que se possa imaginar. Desde o velho muçulmano com o Alcorão na mão e uma bandeira da Palestina na outra, até o típico pastor dominical falando sobre o apocalipse.
Entre a mulher que foi abduzida por um ET e a senhora que luta pelo fim da caça à raposa, acabei em frente ao palestrante que falava sobre Anjos.
Ao lado da sua cadeira, quadros que aparentemente tinham sido pintados por eles, mostravam explosões de cores que o homem explicava ser a forma do Anjo que vira.
“Como falei, eles não possuem aparência humana e não falam. Quando querem se comunicar, a gente ouve musica.”
Fiquei ouvindo, curioso e tentando raciocinar se o cara tinha tido alguma experiência mesmo, ou estava viajando na maionese, mas o que ele falava batia bem com aquilo que eu acreditava sobre os Anjos ou Devas*, esses seres que estão em nosso imaginário desde o principio da humanidade.
Ele falava da sua experiência, de uma maneira tão real, que realmente convencia até quem não acreditava em nada, e ele não parecia ser um desses vizinhos malucos, pelo contrario, ele parecia estar fora de lugar, literalmente falando de ouro a quem só entendia o que era chumbo.
“Ele, e vou chamá-lo de ele porque não sei se me refiro a este ser como ele ou ela, ficou na minha frente por algum tempo e eu sabia quem ele era, apesar de não ter a menor idéia do por quê aparecera para mim. Perguntei se ele era realmente um anjo e eu ouvi apenas música. Era como se eu sentisse que as ondas da melodia tocavam cada célula em meu corpo e aquela era a sua mensagem para mim.
Ele falava de amor através de ondas suaves de compaixão, que tocavam o meu corpo, enquanto eu olhava para ele e via explosões de luzes em dourado e vermelho.
Parecia que a própria luz que permeia o universo estava ali à minha frente.
Naquele momento, senti que esse amor que ele me enviava parecia também sair de dentro de mim e comecei a lembrar de todas as pessoas que me são queridas, até que me vi enviando amor até para os meus inimigos e pessoas que nem conhecia. Entendi, naquele momento, por que Deus não fala com a gente quando a gente pede.
Se estando à frente de um anjo você já sente isso, imagina se estivesse com o Criador cara-a-cara?
O que o Anjo me passou era amor demais para eu carregar comigo e desde a experiência eu tenho pintado esses quadros, escrito poesias e abraçado todo mundo, tentando compartilhar de alguma forma esse amor que o Anjo me passou, e que ainda sinto tão latente no meu peito.
Sim, meu amigo, um caminhão me atropelou e eu enlouqueci, mas foi o caminhão do amor, e eu estou louco de amor.”
Continuei ali escutando, fascinado por aquele homem que pintava anjos, quando o relógio tocou e precisei ir embora trabalhar. Deixando o parque para trás, meus pensamentos estavam com o louco de amor, e uma sensação muito boa foi tomando conta de mim e fiquei assim com esse sentimento por todo o dia.
O louco de Amor me contagiara, e se eu não estiver errado, foi por esse motivo que ele tinha ido parar naquele lugar onde todos falavam do que lhes davam na telha; ele não fora ali para falar de seres celestiais, e sim bancar ele mesmo o papel do Anjo, transmitindo, à sua maneira, amor para todos, que em busca de chumbo, levaram ouro pra casa
Londres, 10 de setembro de 2004.
- Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco,
participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos.
Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista on line de nosso site e em nossa seção de textos projetivos e espiritualistas, em meio aos diversos textos já enviados anteriormente. www.ippb.org.br
- Nota do texto:
* Devas (do sânscrito): Divindades, Anjos, Seres Celestes.
O que se vê é um desfile dos tipos mais absurdos falando dos assuntos mais loucos que se possa imaginar. Desde o velho muçulmano com o Alcorão na mão e uma bandeira da Palestina na outra, até o típico pastor dominical falando sobre o apocalipse.
Entre a mulher que foi abduzida por um ET e a senhora que luta pelo fim da caça à raposa, acabei em frente ao palestrante que falava sobre Anjos.
Ao lado da sua cadeira, quadros que aparentemente tinham sido pintados por eles, mostravam explosões de cores que o homem explicava ser a forma do Anjo que vira.
“Como falei, eles não possuem aparência humana e não falam. Quando querem se comunicar, a gente ouve musica.”
Fiquei ouvindo, curioso e tentando raciocinar se o cara tinha tido alguma experiência mesmo, ou estava viajando na maionese, mas o que ele falava batia bem com aquilo que eu acreditava sobre os Anjos ou Devas*, esses seres que estão em nosso imaginário desde o principio da humanidade.
Ele falava da sua experiência, de uma maneira tão real, que realmente convencia até quem não acreditava em nada, e ele não parecia ser um desses vizinhos malucos, pelo contrario, ele parecia estar fora de lugar, literalmente falando de ouro a quem só entendia o que era chumbo.
“Ele, e vou chamá-lo de ele porque não sei se me refiro a este ser como ele ou ela, ficou na minha frente por algum tempo e eu sabia quem ele era, apesar de não ter a menor idéia do por quê aparecera para mim. Perguntei se ele era realmente um anjo e eu ouvi apenas música. Era como se eu sentisse que as ondas da melodia tocavam cada célula em meu corpo e aquela era a sua mensagem para mim.
Ele falava de amor através de ondas suaves de compaixão, que tocavam o meu corpo, enquanto eu olhava para ele e via explosões de luzes em dourado e vermelho.
Parecia que a própria luz que permeia o universo estava ali à minha frente.
Naquele momento, senti que esse amor que ele me enviava parecia também sair de dentro de mim e comecei a lembrar de todas as pessoas que me são queridas, até que me vi enviando amor até para os meus inimigos e pessoas que nem conhecia. Entendi, naquele momento, por que Deus não fala com a gente quando a gente pede.
Se estando à frente de um anjo você já sente isso, imagina se estivesse com o Criador cara-a-cara?
O que o Anjo me passou era amor demais para eu carregar comigo e desde a experiência eu tenho pintado esses quadros, escrito poesias e abraçado todo mundo, tentando compartilhar de alguma forma esse amor que o Anjo me passou, e que ainda sinto tão latente no meu peito.
Sim, meu amigo, um caminhão me atropelou e eu enlouqueci, mas foi o caminhão do amor, e eu estou louco de amor.”
Continuei ali escutando, fascinado por aquele homem que pintava anjos, quando o relógio tocou e precisei ir embora trabalhar. Deixando o parque para trás, meus pensamentos estavam com o louco de amor, e uma sensação muito boa foi tomando conta de mim e fiquei assim com esse sentimento por todo o dia.
O louco de Amor me contagiara, e se eu não estiver errado, foi por esse motivo que ele tinha ido parar naquele lugar onde todos falavam do que lhes davam na telha; ele não fora ali para falar de seres celestiais, e sim bancar ele mesmo o papel do Anjo, transmitindo, à sua maneira, amor para todos, que em busca de chumbo, levaram ouro pra casa
Londres, 10 de setembro de 2004.
- Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco,
participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos.
Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista on line de nosso site e em nossa seção de textos projetivos e espiritualistas, em meio aos diversos textos já enviados anteriormente. www.ippb.org.br
- Nota do texto:
* Devas (do sânscrito): Divindades, Anjos, Seres Celestes.