INTROSPECÇÃO E PAZ PROFUNDA - AVALIAÇÃO ÉTICA

(Folhas de Outono – Encerramento)

Muitas vezes o adepto de processos de autoconhecimento, quando consciente, busca uma avaliação ética durante a introspecção. Esse tipo de percepção, apesar de desejado, não pode ser desenvolvido além de uma maior sensibilidade a esse aspecto do EU, que é ter a própria Consciência como Senhor da Censura.
O que escolheu o caminho da religião tem parâmetros, alguns emitidos pelo Avatar que é o dono da filosofia de vida que foi convertida em religião, e outros parâmetros, como as normas e os princípios próprios de cada religião, elaborados pelas respectivas lideranças.

Já no caminho da autoconsciência, basta que se dê importância a qualquer manifestação, por mais fraca que seja, dessa Consciência Interna, para que haja eficiência na avaliação ética. Deixar de ouvir essa voz interna é desejar se converter no “sepulcro caiado”, como foi advertido pelo Mestre Jesus.

Errar todos erram, mas a melhor medida é estar atento para errar menos. A maioria das pessoas só dá atenção ao problema quando a manifestação da consciência é gritante e incomoda, e muitas vezes já é tarde demais para voltar atrás, sendo difícil para reparar o erro.

Qualquer espiritualista sincero, independentemente do caminho escolhido, torna-se progressivamente mais sensível a essa voz interior. O progresso no desenvolvimento da espiritualidade, bem como o aumento da percepção pelo aumento da sensibilidade, dependem de que qualquer problema relacionado com a Ética, como o respeito ao próximo, por exemplo, seja resolvido em harmonia com essa Voz Interior e o tipo de sentimento que ela causa. Daí a assertiva “ama a Deus... e ao próximo como a ti mesmo”, pois, o inverso pode resultar em desarmonia e desequilíbrio.

Finalmente, na busca da sensibilidade ética deve haver harmonia e equilíbrio, sejam eles desenvolvidos pelo principio autoconsciente, ou sejam pelo sentimento religioso intuitivo como a fé, ligado ou não a alguma crença.

Na busca da conscientização através do caminho Filosófico, no qual predominam a razão com seu mecanismo lógico, racional e analítico, é preciso cuidar para não se perder a sensibilidade ética, como aqueles que trabalham em Ciência e que desenvolvem armas de destruição da natureza e da humanidade.

Na busca da conscientização através do processo místico, religioso ou não religioso, é preciso cuidar para não se perder o aspecto lógico da razão filosófica, pois podemos perder o senso crítico e esquecer do aspecto analítico que, favorece o desenvolvimento da inteligência, a qual permite que a consciência tome os aspectos de individualidade em suas percepções, construindo a personalidade da alma. É por essa razão que os alquimistas que são místicos e esotéricos, em sua busca, oscilam entre a mística, com ou sem o mistério da religiosidade, e a precisão científica da lógica e da razão. Já os místicos puramente religiosos não têm essa chance, pois, são limitados pelos fundamentos e suas crenças, desconhecendo o aspecto científico e perdendo parcialmente a liberdade de espírito.

A Verdadeira Paz Profunda que resulta de uma conscientização com perfeita harmonia interior, permite estabilidade e equilíbrio, físico, emocional, mental e espiritual. A saúde é a conseqüência desse trabalho construtivo do EU, benéfico e eficiente, marca registrada dos seres criativos e construtivos que vivem a imagem e semelhança do Pai que, em cada um opera as obras quando os alicerces são a honestidade, a bondade e a pureza nas intenções.

- Alberto Dias -
Atibaia, 29 de abril de 2003.

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