1344 - DE ESPIRITO A ESPÍRITO, COM CARLITOS – II*

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(Um Presente Espiritual: A Visita Extrafísica de um Velho Amigo)
 
(Texto postado originalmente na lista interna do Grupo de Estudos e Assistência Espiritual do IPPB)
 
Olá, amigos.
Fiquei gripado no sábado, e com o tempo frio e chuvoso, piorei bastante no domingo à noite. Resultado: fiquei de molho em casa, com febre, dor de garganta, tosse, congestão nasal de arrasar e afônico, e sem comer direito (acho que só assim para perder peso). Quando fico gripado, só tomo vitamina C e suco de limão, até a gripe passar (geralmente, três dias para melhorar).
E hoje, quarta-feira, eu acordei cedo e bem melhor. Comecei a trabalhar na montagem da palestra que farei hoje à noite num Templo Maçônico de Santos.
Ainda agora, quando fui fazer a barba, eu vi um grande amigo, que já mora no “lado de lá” há tempos. Ele me disse umas coisas bem legais sobre trabalho espiritual e também conversou comigo sobre coisas pessoais, como sempre fazíamos quando ele morava aqui embaixo.
Ele está muito risonho e sereno e ficou me sacaneando e me chamando de mestre. Ainda me falou de um texto que certa vez eu fiz e dediquei a ele. Comentou que ficou contente com isso, principalmente porque eu não escrevi “in memorian”, mas sim em Espírito e Verdade. Segundo ele, “in memorian” refere-se a algo passado, da memória, e ele está bem vivo, no presente. E me disse, rindo muito, que “in memorian” é para quem se apega ao passado e não percebe que a vida sempre caminha para frente...
Ele me falou do seu processo cármico da última vida e também do problema que uma pessoa da minha família está passando (muito parecido com o que ele passou). Deixou bem claro que em ambos os casos, dele e do meu familiar, têm sua origem em resgates cármicos do passado. No caso dele, já passou e hoje ele compreende tudo perfeitamente e sente-se feliz por tudo.
Ele me falou várias coisas, sempre muito alegre e, ao mesmo tempo, bem sereno e com os olhos brilhantes demais. Disse que me considerava como um filho e que prezava demais a minha amizade. Também citou uma grande amiga, minha e dele, e mandou um recado legal para ela.
Em dado momento, ele ficou sério e me disse:
“Você novamente vai escrever que me viu? Então, já que é assim, deixe meu recado para os seus leitores. Diga-lhes que, enquanto encarnados na Terra, a maioria das pessoas não sabe o momento de sua hora final no planeta. O tempo passa e muitas oportunidades se perdem por causa de posturas tolas. Viver não é brincadeira e ninguém está de férias no planeta. Viver é muito mais: é evolução contínua...
Por isso, meu amigo querido, escreva aí o seguinte: perder tempo com picuinhas e magoazinhas variadas só faz mal para o viver de cada um. E atrasa o progresso espiritual também. E já que tudo têm seu tempo na Terra, para que desgastar energias com tantas coisas ilusórias?
É melhor priorizar tudo aquilo que ajude na evolução e que esteja de acordo com as Leis Universais. E, ao mesmo tempo, sem deixar de ser gente e sem perder de vista as coisas do mundo, que também fazem parte do aprendizado de todos.
Ao longo da jornada espiritual, tudo se aclarará, no momento certo de cada um, de acordo com seu próprio mérito. Então, até lá, é bom ninguém perder tempo com mesquinharias ou rompantes emocionais, que só desgastam as energias e levam a pessoas para o buraco.
Meu querido, escreva o seguinte para os estudantes das lides espirituais, de todas as áreas e expressões: que fiquem fortes e sólidos em seus grupos de trabalho. E que se fortaleçam na prece, na meditação e no estudo da própria consciência, mas sem cair nas malhas do orgulho e sem dar brecha para os arroubos da arrogância e da falsa superioridade sobre os que sabem menos.
A verdadeira superioridade não está no homem, que sempre apresenta diversos defeitos e, por isso, está na Terra para aprender as artes da sabedoria. O Poder real vem do Alto e pode ser resumido em duas palavras: Amor e Luz.
É isso o que eu queria dizer, com respeito a todos os que lerem essas palavras.
E você, Wagner querido, continue generoso e compartilhando as coisas do espírito com todos. Continue rindo muito e sendo simples, em tudo. Muito obrigado pela sua amizade e por todas as músicas que você gravou para mim, e também pelos livros que me emprestou. Não se esqueça de dar o meu recado para nossa amiga. Isso iluminará o dia dela. E quando der, eu virei visitá-lo novamente.
Seja muito feliz, meu querido amigo.
Que Deus lhe abençoe.”
 
                 * * *
 
Foi isso o que o meu amigo me disse.
E nem precisa dizer que me deixou com uma alegria daquelas.
Vê-lo novamente foi um presentão do mundo espiritual.
Pelo conteúdo do que ele passou, pode-se ver claramente o seu excelente nível de consciência do “lado de lá”.
Ah, quando eu crescer, também quero ficar igual a ele.
Até lá, dá-lhe gripe!
 
Um abraço a todos, nesse dia frio e nublado aqui na cidade, mas que já me deixou com aquele brilho do amanhecer no olhar e o coração cheio de calidez espiritual.
 
Paz e Luz.
 
- Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 28 de maio de 2014.
 
- Nota:
* Deixo na sequência a primeira parte desse texto, postada pelo site do IPPB no ano de 2009.
 
 
DE ESPIRITO A ESPÍRITO, COM CARLITOS - NAS ASAS DA CANÇÃO
(Vendo com o Coração, Sentindo com o Espírito, e Rindo Muito...)
 
Quem só vê com os olhos do corpo, perde tanto...
Há muito mais para se ver. Há tanta maravilha em coisas simples.
 
Como ver a cor do amor fluindo entre os corações e fundindo-os na luz.
É cor de rosa misturada no dourado. É amor tornando-se sol!
 
Como ver um espírito voando para além do seu corpo caído no solo.
É luz desprendendo-se e subindo depois das provas terrestres.
 
Como ver um botão de flor desabrochando na aurora, entre o sereno e o sol.
É vida encontrando vida. Os raios solares beijando a flor, e a natureza rindo.
 
Como ver um amigo, que um dia partiu, bem vivo na sua frente, como espírito livre.
É vida encontrando vida, por entre os planos, entre o Céu e a Terra.
 
Como ver além do horizonte, pelas janelas celestes que Deus abre aos homens.
É ver com o espírito! Sim, ver os olhos brilhantes do amigo que voltou, e rir junto.
 
Como ver a aura de uma canção e dizer que ela é azulada, como o céu da gente.
É ver o som e escutar com o coração. E agradecer pelo presente de sentir e saber...
 
Como ver o amigo, que veio do Astral, na sala da gente, contente de estar junto.
É ver com alegria que a morte não mata a consciência, pois o amor é maior.
 
Como ver os olhos castanhos do amigo permeados pelo azul do céu, e cheios de vida.
É ver por entre as lágrimas de admiração e amizade, que o tempo não apagou.
 
Como ver a vida igual criança, sempre pronto para aprender e girar no vento...
É ver a magia que é viver. É brincar de ser gente. É ver o Eterno no riso de alguém.
 
Como ver o Multiverso no verso do poeta, e o Todo em tudo!
É ver estrelas sem luneta ou telescópio, só com o coração.
 
Como ver muitos mundos num só, dentro da imensidão da vida...
É ver dentro do Coração do Supremo, de onde surge o Grande Amor.
 
Como ver a chuva caindo na noite, admirado, junto com meu amigo.
É ver o próprio coração lavado nas lágrimas de agradecimento.
 
Como ver as Mãos do Ancião dos Dias tecendo mundos e sóis na imensidão sideral...
É ver o Grande Mago criando, e saber que assim também é dentro de cada coração.
 
Como ver o meu amigo, que ficou cego nos últimos anos de vida e, agora, vê tudo.
É ver mesmo, mais do que só olhar. Como criança, girando no Vento do Eterno...
 
Como ver o próprio coração virar sol no meio da noite, nas asas de um Grande Amor.
É ver que o coração do amigo também virou sol, escutando a mesma canção**.
 
Como ver a amizade real, que não se apaga... Como ver alguém querido tão bem!
É ver por entre as lágrimas e, ao mesmo tempo, rir junto, igual a crianças do Eterno.
 
Como ver a alegria do meu amigo vendo através das coisas e rindo para valer.
É ver o quanto ele está lindo, e agradecer ao Supremo, por ter um amigo assim.
 
Como ver que ele vê o real, além do ilusório das aparências. Ele vê o espírito.
É ver o amor no olhar dele, por também encontrar o amor no meu olhar.
 
Como ver a flor, o sereno, o sol, a chuva, o Multiverso, o verso, e tudo mais...
É ver além... Com o coração. Escutando a canção, e rindo junto.
 
P.S.:
Há tanto para se ver...
Há um Grande Amor.
E não há coração que o segure.
Ele simplesmente transborda...
E o Carlitos, o meu amigo, está aqui.
Também transbordando...
E eu não sei mais o que dizer.
Pois, quando o coração fala ao coração,
Não há mais nada a dizer.
Com carinho e admiração.
Valeu, Carlitos.
 
(Esses escritos são dedicados a Helena e Maria Luz - que, mais do que minhas filhas, são duas estrelinhas amigas -, e a todos os meus amigos, reais e verdadeiros, de todos os lugares. Eu poderia nomeá-los aqui, mas são muitos. E eles sabem quem são, e o quanto me sinto honrado de privar de sua amizade e lealdade.)
 
 
Paz e Luz.
 
- Wagner Borges – amigo do Carlitos, viajante espiritual, mais espiritualista do que nunca, e eterno neófito do Todo, ao qual sempre agradece, por tudo.
São Paulo, 01 de janeiro de 2009.
 
- Notas:
* Carlitos – é um grande amigo meu, de Salvador, Bahia, que desencarnou há uns dez anos. Viveu 80 anos, boa parte deles envolvido em estudos e trabalhos espirituais. Ajudou a muita gente. Devido a complicações causadas por diabetes, perdeu a visão e ficou cego nos últimos anos de vida. Mesmo assim, continuou bem humorado e estudando as coisas do espírito, sua grande paixão. Gostava muito de música, por isso eu e alguns amigos sempre gravávamos algumas coisas legais para ele. Além da música New Age (ele apreciava bastante os CDs de Aurio Corrá), ele também gostava muito de música celta e, nos últimos tempos de vida, ele apreciava até algumas coisas de rock progressivo que gravei para ele, como Yes e Tangerine Dream.
** Enquanto ele esteve aqui em casa, estava rolando no som o CD “Earth Song” - da banda celta Secret Garden. As músicas “Sometimes When it Rains” e “Always There” – 1ª e 4ª faixas do CD, respectivamente -, são maravilhosas e muito inspiradas.
Depois, ainda lembrando-me dele, coloquei o CD “Dreamcatcher” – também do Secret Garden -, para rolar no som. A música “Prayer” – 2ª faixa do CD – é linda. Trata-se de uma prece musicada. É coisa de derreter o coração nas ondas do amor.

Texto <1344><14/06/2014>

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