Entrevista sobre Viagem Astral com Wagner Borges
(Matéria publicada na Revista Cristã de Espiritismo – Edição Especial: “Viagem Fora do Corpo” – Janeiro de 2003 - Editora Escala)
- Entrevistador: Victor Rebelo (Editor da Revista Cristã de Espiritismo)
O que é Viagem Astral?
É a capacidade parapsíquica que todas as pessoas têm de projetar temporariamente a sua consciência espiritual para fora do corpo físico. Essa capacidade vem sendo chamada, ao logo dos milênios, de acordo com as diversas doutrinas que trabalham a espiritualidade por nomes diferentes. Então, temos viagem astral, que é o mais popular, enquanto que experiência fora do corpo ou projeção da consciência são nomes mais técnicos. No espiritismo é comumente chamada de desdobramento espiritual, emancipação da alma ou desprendimento espiritual. Independente do nome que usarmos, é uma capacidade humana, latente em nós, pois somos espíritos, e ocupamos um corpo físico aqui na Terra por um certo tempo. Portanto, à noite, quando dormimos, o corpo relaxa, nosso metabolismo fica mais tranqüilo, e os laços energéticos que prendem o perispírito ao corpo se afrouxam e o corpo espiritual (perispírito) é temporariamente projetado pára fora do corpo físico. É essa projeção que leva o nome de viagem astral.
Isso ocorre com todos, independente da religião do indivíduo?
Sim. Independe de raça, credo, cultura ou religião. Ela ocorre devido ao potencial humano. Até mesmo alguns mamíferos mais avançados, como gato, cachorro, cavalo ou vaca, têm desprendimento para fora do corpo enquanto dormem. Eu já vi alguns animais fora do corpo. Minha curiosidade é ver um dia um golfinho ou uma baleia fora do corpo.
- Entrevistador: Victor Rebelo (Editor da Revista Cristã de Espiritismo)
O que é Viagem Astral?
É a capacidade parapsíquica que todas as pessoas têm de projetar temporariamente a sua consciência espiritual para fora do corpo físico. Essa capacidade vem sendo chamada, ao logo dos milênios, de acordo com as diversas doutrinas que trabalham a espiritualidade por nomes diferentes. Então, temos viagem astral, que é o mais popular, enquanto que experiência fora do corpo ou projeção da consciência são nomes mais técnicos. No espiritismo é comumente chamada de desdobramento espiritual, emancipação da alma ou desprendimento espiritual. Independente do nome que usarmos, é uma capacidade humana, latente em nós, pois somos espíritos, e ocupamos um corpo físico aqui na Terra por um certo tempo. Portanto, à noite, quando dormimos, o corpo relaxa, nosso metabolismo fica mais tranqüilo, e os laços energéticos que prendem o perispírito ao corpo se afrouxam e o corpo espiritual (perispírito) é temporariamente projetado pára fora do corpo físico. É essa projeção que leva o nome de viagem astral.
Isso ocorre com todos, independente da religião do indivíduo?
Sim. Independe de raça, credo, cultura ou religião. Ela ocorre devido ao potencial humano. Até mesmo alguns mamíferos mais avançados, como gato, cachorro, cavalo ou vaca, têm desprendimento para fora do corpo enquanto dormem. Eu já vi alguns animais fora do corpo. Minha curiosidade é ver um dia um golfinho ou uma baleia fora do corpo.
Como diferenciarmos um sonho de uma projeção?
Quando estamos sonhando, qual é o espaço onde as imagens do sonho se apresentam? Em nossa tela mental interna. Então a característica das imagens do sonho, também chamadas de imagens oníricas, é que elas são de extrema plasticidade. Por exemplo, quando você está sonhando, as imagens não param. São extremamente “plásticas”, mudam em segundos, são vivazes. Nossa noção de tempo também desaparece. Às vezes você está tendo um sonho onde se passou uma tarde inteira, mas quando você acorda, percebe que cochilou por quinze minutos. Portanto, como o sonho é um estado alterado de consciência, nossa noção de tempo e espaço se altera também. Quando a pessoa está projetada fora do corpo, de forma consciente, tem o mesmo grau de lucidez de quando está em seu estado de vigília, acordada. Portanto, para diferenciarmos um sonho de uma projeção, basta usarmos os parâmetros que usamos no momento de vigília. Por exemplo, eu penso, raciocino, tenho noção de tempo e espaço, etc. O corpo espiritual não é afetado pela gravidade, pois é um corpo energético mais sutil, que atravessa objetos sólidos. Então, a pessoa, normalmente, se vê flutuando no ar sobre o corpo físico sem ter noção do que está acontecendo. Neste momento, ela se questiona se está sonhando, mas sua lucidez, o grau de questionamento é igual ao da vigília. Existe uma coerência.
É possível realizarmos uma projeção para fora do corpo de forma não-consciente e nos confundirmos, acharmos que foi apenas um sonho?
Sim, isso é muito comum. Muitas vezes, quando se está fora do corpo de forma consciente, você não tem dúvidas, mas quando voltamos para o corpo físico, nosso cérebro é um instrumento “carnal” apropriado para uma leitura de experiências que acontecem neste plano físico. O cérebro não tem a capacidade de percepção direta de níveis astrais, mais sutis. Portanto, quando o seu perispírito se encaixa de volta ao corpo físico, o cérebro trava sua memória astral que você trouxe, porque parece estranha para o padrão cerebral normal deste plano. Então, as imagens que você traz na memória de momentos que esteve fora do corpo, são misturadas com imagens de sonhos, fazendo com que ao voltar ao corpo, tudo pareça um sonho. Podemos até mesmo realizar uma viagem fora do corpo e não conseguirmos nos lembrar de nada, mas a sensação permanece, assim como todo aprendizado ou conselho valioso que possamos receber, ficarão gravados no subconsciente, e durante o dia-a-dia, ela vão emergindo como novas idéias e intuições.
Existem reuniões de estudo no plano extrafísico?
Sim, e é um dos grandes benefícios da saída do corpo, porque os mentores espirituais freqüentemente organizam grupos de estudos no plano espiritual e levam as pessoas para que elas estudem. Existem até cursos extrafísicos. O mentor espiritual de determinada pessoa auxilia a saída do corpo e a leva para assistir a uma aula. Ela pode até não lembrar dos estudos, mas com certeza, o conteúdo fica de certa forma gravado dentro dela e vai desabrochando durante o dia-a-dia. Muitos espiritualistas, que freqüentam determinados grupos de estudo, continuam seus estudos no plano espiritual. Isso pode ser confirmado nos livros de André Luiz. Portanto, nas noites em que participar de alguma reunião espírita, por exemplo, é muito importante não distrair a mente ao voltar da reunião. Procure não assistir à TV nem comer alimentos pesados, para não dificultar a saída do corpo.
Existem casos em que a pessoa sai do corpo para freqüentar ambientes pesados, como prostíbulos ou até mesmo usar tóxicos?
O que fazemos durante o dia, normalmente procuraremos fazer fora do corpo. O fato da pessoa sair fora do corpo, não altera sua personalidade, não a torna melhor nem pior. O importante é o que fazemos fora dele. Então, se uma pessoa vai dormir pensando em usar alguma droga pesada, por exemplo, quando ela adormece, seu perispírito poderá se projetar para fora do corpo temporariamente e buscar aquilo que ela está desejando.
Existem locais no plano espiritual mais denso, como as regiões umbralinas, onde grupos de espíritos se reúnem em busca da energia do tóxico, em um verdadeiro vampirismo coletivo.Os obsessores vão até lá e drenam a energia destes usuários durante o sono. É a mesma coisa com relação à sexualidade desequilibrada. Ao sair do corpo, a pessoa poderá ser atraída para determinados locais, como prostíbulos. Durante o dia, os obsessores já participam do intercurso sexual com aquele encarnado. À noite, quando a pessoa dorme e volta ao local, desta vez fora do corpo, estes obsessores também drenam a energia do campo energético do encarnado. Não chegam a provocar o desencarne, pois o cordão energético o puxará de volta ao corpo, mas ele passará alguns dias deprimido, sem energia. É uma espécie de “pedágio espiritual” que ele paga, pois parte de sua energia vital estará sendo sugada por espíritos obsessores.
O que fazer para realizarmos uma viagem de forma equilibrada e rica em aprendizado espiritual?
É muito importante que todos nós, antes de deitarmos, fizéssemos uma prece, independente da religião que seguimos. Que possamos elevar nossos pensamentos e agradecermos o dia que tivemos. Podemos também pedir para que tenhamos proteção durante o sono e que possamos visitar locais saudáveis para aprendermos, a fim de voltarmos para o corpo com mais criatividade, vontade de viver e fazer o bem aqui na Terra. Se, de repente, nos depararmos com algum espírito que quer nos prejudicar, a melhor forma de resolvermos a situação é orarmos e irradiarmos nossas energias em direção a ele, numa espécie de passe energético. Mas não precisamos temer situações como essa. Basta termos humildade e o desejo de paz.
Não seria mais importante nos dedicarmos à nossa reforma interior em vez de aprofundarmos nosso conhecimento sobre viagem astral?
Podemos unir uma coisa à outra. Muitos querem separar um estudo que faz parte de um conjunto. O que é reforma íntima? Transformação. Um trabalho de alquimia interior em que trabalhamos nossos defeitos procurando nos transformar para melhor. Este processo, sabemos que é longo e dura muitas existências. Ou seja, temos qualidades e defeitos. O que é reforma íntima? Tentar melhorar as qualidades e diminuir os defeitos. Não precisamos nos tornar santos, mestres, que é algo ainda impossível para nós no dia-a-dia. A proposta é que a gente possa se tornar um ser humano íntegro. Ao invés de reforma íntima, prefiro usar o termo transformação, crescimento. E neste sentido, o que melhora o ser humano? O discernimento, a capacidade de expressar amor, paciência. Precisamos aprender a dominar nossas energias, pois tudo no universo é energia. Então, tudo o que a gente aprende de reforma íntima, no dia-a-dia, quando dormimos e nos projetamos para fora do corpo, os mentores espirituais vão tentar trabalhar na gente aquilo que já estamos buscando durante a vigília. E se buscamos crescer na vigília, também teremos oportunidade de crescer em outros planos. Não podemos nos esquecer de que somos espíritos, que viemos do plano espiritual aqui para a Terra. Então, o que impede de irmos para “casa” durante o sono, que é algo natural? A reforma íntima pode ser treinada na vigília e ampliada durante o sono se buscarmos nos melhorar e crescer. Se estudarmos com atenção “O Livro dos Espíritos”, veremos que no capítulo sobre emancipação da alma, os espíritos explicam que isto é natural, uma condição anímica e até incentivam. Em nenhum momento eles dizem que devemos procurar evitar ou que é algo perigoso. Sem contar os livros de Leon Denis, André Luiz entre outros.
Como os estrangeiros vêem a questão da projeção, da vida após a morte?
Para a maioria deles é tudo novidade, principalmente na Europa. O assunto da saída do corpo já vem sendo veiculado há muitos anos, mas é aqui no Brasil onde se concentra um bom número de pesquisadores da área. Nos EUA e na Inglaterra, existem muitos livros sobre saída do corpo, mas eles não dão muita importância. Na Europa, em geral, principalmente na Suíça, onde ministrei um curso recentemente, na Alemanha, na Itália e no leste europeu, a falta de informação é muito grande. Não só a questão da projeção, mas a própria mediunidade é novidade para eles. Quando você fala um pouco sobre o plano espiritual, sobre a presença dos mentores, sobre os chacras, assuntos que já fazem parte do conhecimento oriental há milhares de anos, lá na Europa o pessoal fica encantado. Por isso, é muito importante podemos compartilhar nossos conhecimentos. Somos uma só família e precisamos todos crescer juntos.
Para encerrar, conte-nos uma experiência que você teve fora do corpo e foi muito marcante.
Em 1987, me vi fora do corpo, durante o sono, em pleno espaço sideral. Comigo estava um chinês, desencarnado, que me orienta já há muitos anos. Na nossa frente, a uma certa distância, podíamos enxergar vários focos luminosos multicoloridos imensos. Eu sabia, por intuição, que cada um daqueles focos luminoso eram um espírito avançado vindo de outros planetas em outro estágio de evolução, muito mais avançado que o nosso. Eles nem sequer apresentavam uma forma humanóide. Apresentavam-se como um “campo de luz”. Um deles se destacou do grupo e veio em nossa direção. Reduziu seu tamanho até mais ou menos uns três metros, e se comunicou comigo mentalmente. Ao fazer isso, a impressão que tive é a de que ele tinha entrado em minha mente. Por questões de segundos, senti que ele percebia tudo sobre mim, sobre todas as minhas existências, em todas as épocas. Senti que ele conhecia todos os meus defeitos, e não me condenava em nada. Me compreendia profundamente.
Então, ele se comunicou comigo e me passou várias informações. Mas ocorreu um problema. Quando as informações entravam na minha mente, devido ao meu grau de evolução, eu não conseguia compreender. Não conseguia segurá-las. É como um aluno do primário, que está aprendendo a tabuada, e é levado pelo pai para assistir a uma aula de álgebra avançada.
Aquele espírito tentou passar as informações por mais duas vezes, mas eu não consegui compreender novamente. Então, ele disse ao guia chinês: “Traga-o em uma outra oportunidade. Ele não está entendendo”. E foi embora. Neste momento, me senti um inútil. Estava com várias informações em mente, mas não entendia nada. Fui puxado de volta ao corpo e acordei. Comecei, então, a chorar de raiva de mim mesmo, pela minha impotência, por não ter entendido nada. O mentor que me acompanhava apareceu e pediu-me calma. Respondi: “Calma! Como posso ficar calmo se perdi a maior chance da minha vida!”. Ele me respondeu que já sabia que eu não entenderia nada. “Então, por que você me levou lá?”, perguntei. Ele respondeu: “Para você aprender que não sabe nada. Todas as vezes na sua vida em que se sentir arrogante com o que você sabe, lembre-se desta experiência. Por mais que você saiba alguma coisa, aquilo que você não sabe é muito mais!”. Esta experiência me fez amadurecer muito, pois vi o quanto ainda tenho que evoluir.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo – Edição Especial: “Viagem Fora do Corpo” – Janeiro de 2003 - Editora Escala)
Quando estamos sonhando, qual é o espaço onde as imagens do sonho se apresentam? Em nossa tela mental interna. Então a característica das imagens do sonho, também chamadas de imagens oníricas, é que elas são de extrema plasticidade. Por exemplo, quando você está sonhando, as imagens não param. São extremamente “plásticas”, mudam em segundos, são vivazes. Nossa noção de tempo também desaparece. Às vezes você está tendo um sonho onde se passou uma tarde inteira, mas quando você acorda, percebe que cochilou por quinze minutos. Portanto, como o sonho é um estado alterado de consciência, nossa noção de tempo e espaço se altera também. Quando a pessoa está projetada fora do corpo, de forma consciente, tem o mesmo grau de lucidez de quando está em seu estado de vigília, acordada. Portanto, para diferenciarmos um sonho de uma projeção, basta usarmos os parâmetros que usamos no momento de vigília. Por exemplo, eu penso, raciocino, tenho noção de tempo e espaço, etc. O corpo espiritual não é afetado pela gravidade, pois é um corpo energético mais sutil, que atravessa objetos sólidos. Então, a pessoa, normalmente, se vê flutuando no ar sobre o corpo físico sem ter noção do que está acontecendo. Neste momento, ela se questiona se está sonhando, mas sua lucidez, o grau de questionamento é igual ao da vigília. Existe uma coerência.
É possível realizarmos uma projeção para fora do corpo de forma não-consciente e nos confundirmos, acharmos que foi apenas um sonho?
Sim, isso é muito comum. Muitas vezes, quando se está fora do corpo de forma consciente, você não tem dúvidas, mas quando voltamos para o corpo físico, nosso cérebro é um instrumento “carnal” apropriado para uma leitura de experiências que acontecem neste plano físico. O cérebro não tem a capacidade de percepção direta de níveis astrais, mais sutis. Portanto, quando o seu perispírito se encaixa de volta ao corpo físico, o cérebro trava sua memória astral que você trouxe, porque parece estranha para o padrão cerebral normal deste plano. Então, as imagens que você traz na memória de momentos que esteve fora do corpo, são misturadas com imagens de sonhos, fazendo com que ao voltar ao corpo, tudo pareça um sonho. Podemos até mesmo realizar uma viagem fora do corpo e não conseguirmos nos lembrar de nada, mas a sensação permanece, assim como todo aprendizado ou conselho valioso que possamos receber, ficarão gravados no subconsciente, e durante o dia-a-dia, ela vão emergindo como novas idéias e intuições.
Existem reuniões de estudo no plano extrafísico?
Sim, e é um dos grandes benefícios da saída do corpo, porque os mentores espirituais freqüentemente organizam grupos de estudos no plano espiritual e levam as pessoas para que elas estudem. Existem até cursos extrafísicos. O mentor espiritual de determinada pessoa auxilia a saída do corpo e a leva para assistir a uma aula. Ela pode até não lembrar dos estudos, mas com certeza, o conteúdo fica de certa forma gravado dentro dela e vai desabrochando durante o dia-a-dia. Muitos espiritualistas, que freqüentam determinados grupos de estudo, continuam seus estudos no plano espiritual. Isso pode ser confirmado nos livros de André Luiz. Portanto, nas noites em que participar de alguma reunião espírita, por exemplo, é muito importante não distrair a mente ao voltar da reunião. Procure não assistir à TV nem comer alimentos pesados, para não dificultar a saída do corpo.
Existem casos em que a pessoa sai do corpo para freqüentar ambientes pesados, como prostíbulos ou até mesmo usar tóxicos?
O que fazemos durante o dia, normalmente procuraremos fazer fora do corpo. O fato da pessoa sair fora do corpo, não altera sua personalidade, não a torna melhor nem pior. O importante é o que fazemos fora dele. Então, se uma pessoa vai dormir pensando em usar alguma droga pesada, por exemplo, quando ela adormece, seu perispírito poderá se projetar para fora do corpo temporariamente e buscar aquilo que ela está desejando.
Existem locais no plano espiritual mais denso, como as regiões umbralinas, onde grupos de espíritos se reúnem em busca da energia do tóxico, em um verdadeiro vampirismo coletivo.Os obsessores vão até lá e drenam a energia destes usuários durante o sono. É a mesma coisa com relação à sexualidade desequilibrada. Ao sair do corpo, a pessoa poderá ser atraída para determinados locais, como prostíbulos. Durante o dia, os obsessores já participam do intercurso sexual com aquele encarnado. À noite, quando a pessoa dorme e volta ao local, desta vez fora do corpo, estes obsessores também drenam a energia do campo energético do encarnado. Não chegam a provocar o desencarne, pois o cordão energético o puxará de volta ao corpo, mas ele passará alguns dias deprimido, sem energia. É uma espécie de “pedágio espiritual” que ele paga, pois parte de sua energia vital estará sendo sugada por espíritos obsessores.
O que fazer para realizarmos uma viagem de forma equilibrada e rica em aprendizado espiritual?
É muito importante que todos nós, antes de deitarmos, fizéssemos uma prece, independente da religião que seguimos. Que possamos elevar nossos pensamentos e agradecermos o dia que tivemos. Podemos também pedir para que tenhamos proteção durante o sono e que possamos visitar locais saudáveis para aprendermos, a fim de voltarmos para o corpo com mais criatividade, vontade de viver e fazer o bem aqui na Terra. Se, de repente, nos depararmos com algum espírito que quer nos prejudicar, a melhor forma de resolvermos a situação é orarmos e irradiarmos nossas energias em direção a ele, numa espécie de passe energético. Mas não precisamos temer situações como essa. Basta termos humildade e o desejo de paz.
Não seria mais importante nos dedicarmos à nossa reforma interior em vez de aprofundarmos nosso conhecimento sobre viagem astral?
Podemos unir uma coisa à outra. Muitos querem separar um estudo que faz parte de um conjunto. O que é reforma íntima? Transformação. Um trabalho de alquimia interior em que trabalhamos nossos defeitos procurando nos transformar para melhor. Este processo, sabemos que é longo e dura muitas existências. Ou seja, temos qualidades e defeitos. O que é reforma íntima? Tentar melhorar as qualidades e diminuir os defeitos. Não precisamos nos tornar santos, mestres, que é algo ainda impossível para nós no dia-a-dia. A proposta é que a gente possa se tornar um ser humano íntegro. Ao invés de reforma íntima, prefiro usar o termo transformação, crescimento. E neste sentido, o que melhora o ser humano? O discernimento, a capacidade de expressar amor, paciência. Precisamos aprender a dominar nossas energias, pois tudo no universo é energia. Então, tudo o que a gente aprende de reforma íntima, no dia-a-dia, quando dormimos e nos projetamos para fora do corpo, os mentores espirituais vão tentar trabalhar na gente aquilo que já estamos buscando durante a vigília. E se buscamos crescer na vigília, também teremos oportunidade de crescer em outros planos. Não podemos nos esquecer de que somos espíritos, que viemos do plano espiritual aqui para a Terra. Então, o que impede de irmos para “casa” durante o sono, que é algo natural? A reforma íntima pode ser treinada na vigília e ampliada durante o sono se buscarmos nos melhorar e crescer. Se estudarmos com atenção “O Livro dos Espíritos”, veremos que no capítulo sobre emancipação da alma, os espíritos explicam que isto é natural, uma condição anímica e até incentivam. Em nenhum momento eles dizem que devemos procurar evitar ou que é algo perigoso. Sem contar os livros de Leon Denis, André Luiz entre outros.
Como os estrangeiros vêem a questão da projeção, da vida após a morte?
Para a maioria deles é tudo novidade, principalmente na Europa. O assunto da saída do corpo já vem sendo veiculado há muitos anos, mas é aqui no Brasil onde se concentra um bom número de pesquisadores da área. Nos EUA e na Inglaterra, existem muitos livros sobre saída do corpo, mas eles não dão muita importância. Na Europa, em geral, principalmente na Suíça, onde ministrei um curso recentemente, na Alemanha, na Itália e no leste europeu, a falta de informação é muito grande. Não só a questão da projeção, mas a própria mediunidade é novidade para eles. Quando você fala um pouco sobre o plano espiritual, sobre a presença dos mentores, sobre os chacras, assuntos que já fazem parte do conhecimento oriental há milhares de anos, lá na Europa o pessoal fica encantado. Por isso, é muito importante podemos compartilhar nossos conhecimentos. Somos uma só família e precisamos todos crescer juntos.
Para encerrar, conte-nos uma experiência que você teve fora do corpo e foi muito marcante.
Em 1987, me vi fora do corpo, durante o sono, em pleno espaço sideral. Comigo estava um chinês, desencarnado, que me orienta já há muitos anos. Na nossa frente, a uma certa distância, podíamos enxergar vários focos luminosos multicoloridos imensos. Eu sabia, por intuição, que cada um daqueles focos luminoso eram um espírito avançado vindo de outros planetas em outro estágio de evolução, muito mais avançado que o nosso. Eles nem sequer apresentavam uma forma humanóide. Apresentavam-se como um “campo de luz”. Um deles se destacou do grupo e veio em nossa direção. Reduziu seu tamanho até mais ou menos uns três metros, e se comunicou comigo mentalmente. Ao fazer isso, a impressão que tive é a de que ele tinha entrado em minha mente. Por questões de segundos, senti que ele percebia tudo sobre mim, sobre todas as minhas existências, em todas as épocas. Senti que ele conhecia todos os meus defeitos, e não me condenava em nada. Me compreendia profundamente.
Então, ele se comunicou comigo e me passou várias informações. Mas ocorreu um problema. Quando as informações entravam na minha mente, devido ao meu grau de evolução, eu não conseguia compreender. Não conseguia segurá-las. É como um aluno do primário, que está aprendendo a tabuada, e é levado pelo pai para assistir a uma aula de álgebra avançada.
Aquele espírito tentou passar as informações por mais duas vezes, mas eu não consegui compreender novamente. Então, ele disse ao guia chinês: “Traga-o em uma outra oportunidade. Ele não está entendendo”. E foi embora. Neste momento, me senti um inútil. Estava com várias informações em mente, mas não entendia nada. Fui puxado de volta ao corpo e acordei. Comecei, então, a chorar de raiva de mim mesmo, pela minha impotência, por não ter entendido nada. O mentor que me acompanhava apareceu e pediu-me calma. Respondi: “Calma! Como posso ficar calmo se perdi a maior chance da minha vida!”. Ele me respondeu que já sabia que eu não entenderia nada. “Então, por que você me levou lá?”, perguntei. Ele respondeu: “Para você aprender que não sabe nada. Todas as vezes na sua vida em que se sentir arrogante com o que você sabe, lembre-se desta experiência. Por mais que você saiba alguma coisa, aquilo que você não sabe é muito mais!”. Esta experiência me fez amadurecer muito, pois vi o quanto ainda tenho que evoluir.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo – Edição Especial: “Viagem Fora do Corpo” – Janeiro de 2003 - Editora Escala)